Captação de órgãos: 21 protocolos foram realizados no Bom Jesus neste ano

O ato benevolente de salvar vidas, com a doação de órgãos, é uma escolha da família sempre que aceitam dizer sim. A doção de órgãos envolve o sentimento de querer ajudar o próximo, de fazer daquele momento de dor da perda em uma oportunidade de vida. Faz história quem aceita, faz história quem recebe, faz história quem atua no processo, como: a Hoesp/Hospital Bom Jesus.

O Bom Jesus é referência no Estado no que se refere a taxa de aceitação no processo de doação de órgão. O mês de julho encerrou com a captação de dez órgãos e o sim de duas famílias. “No dia 30 tivemos duas famílias que tiveram a perda, duas famílias que tiveram o sofrimento da dor e, na sequência, dez famílias foram abençoas por esse ato de benevolência ao próxima, pois essas duas famílias compartilharam a vida com outras dez famílias com a doação dos órgãos”, enfatiza o enfermeiro coordenador da Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), Itamar Weiwanko.

Neste ano, no Hospital Bom Jesus foram realizados 22 protocolos – sendo 21 favoráveis a doação. Conforme Weiwanko, a média nacional aponta que a cada dez pessoas que recebem o diagnóstico de morte encefálica e são apontadas como possíveis doadoras, três famílias optam pela doação. Já no Estado do Paraná, a cada dez protocolos, sete famílias falam sim para a doação de órgãos. “No Hospital Bom Jesus, nos nove anos, a cada dez protocolos iniciados, 9.5 autorizam a doação”, destaca Weiwanko.

MORTE ENCEFÁLICA – “Aproximadamente 50% das pessoas não tem o diagnóstico concluído devido a deficiência no diagnostico em vários estados do Brasil”, aponta o coordenador da CIHDOTT ao ressaltar que é preciso seguir todos os protocolos.

As doações de órgãos acontecem após o diagnóstico de morte encefálica – uma condição irreversível do quadro de saúde do paciente – em que há portanto, a constatação do óbito após vários exames que comprovam essa condição. Até chegar nesse diagnóstico são necessários exames clínicos realizados por médicos diferentes, para confirmar a ausência permanente de função do tronco cerebral; um teste de apneia, para comprovar a ausência de movimentos respiratórios; e um exame complementar para confirmar a ausência permanente de função cerebral. Essa série de exames clínicos realizados pela equipe médica, de laboratório, complementar devem confirmar se o paciente está – realmente – com morte encefálica. Nesse momento, a CIHDOTT acolhe os familiares e explica sobre o processo.

TRABALHO COM EXCELÊNCIA – Diante do trabalho executado pela CIHDOTT e todos os envolvidos, a Hoesp é referência com números expressivos e atuação de excelência no processo de diagnóstico de morte encefálica, manutenção do potencial doador e quesito de abordagem das famílias. É importante esclarecer que se a família não autorizar não acontece a doação.

SALVAR VIDAS – Segundo o coordenador, o Paraná possui uma fila de espera de aproximadamente 3.800 pessoas. Esse número só reduz diante das situações em que as famílias optam pela doação dos órgãos. Weiwanko destaca que é importante que o assunto seja discutido, que a população tenha esclarecimento de como o processo acontece e de promover a conscientização da sociedade.

“Nós, profissionais da área da saúde, gostaríamos de agradecer imensamente em nome da instituição a cada família que disse sim. Agradecemos também uma empresa local que fornece gratuitamente todo o gelo utilizado na captação dos órgãos, conservação e transporte de maneira adequada até os destinos”, destaca.

Da Redação

TOLEDO

CIHDOTT

A CIHDOTT do Hospital Bom Jesus é composta por uma equipe multidisciplinar que executa com empenho e dedicação todas as etapas que envolvem a doação e a captação de órgãos. Esses profissionais estão em constante capacitação – se atualizando anualmente nas questões do processo com base no protocolo que é instituído pelo Sistema Nacional de Transplantes e focamos na aplicação das diretrizes e normativas impostas por essas legislações – para que cada vez mais possam executar tal missão com compromisso necessário. A equipe é composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, bioquímicos, assistente social, direção, entre outros que nos apoiam nessas demandas frente ao processo de salvar vidas com a doação daqueles que podem fazer.

CUMPRIMENTO DO PROTOCOLO

Com a confirmação da morte encefálica, a equipe médica atua no cumprimento do protocolo e comunica a Organização de Procura de Órgãos (OPO) sobre a situação do paciente. A Central de Transplante também passa a acompanhar o trabalho. Após a confirmação da morte encefálica e a família apresentar uma resposta favorável, a equipe inicia o procedimento de doação. A equipe da CIHDOTT fez a abordagem da família – a conversa ocorre em uma sala com privacidade para que os familiares possam esclarecer as dúvidas e tomarem a decisão. A doação só acontece mediante aceitação da família.

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