Casos de coqueluche é o maior dos últimos anos; vacina é o principal meio de prevenção
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O número de casos de coqueluche atingiu o maior índice dos últimos nove anos no Brasil no ano passado, conforme os dados divulgados pelo Ministério da Saúde. Em 2023, o país registrou 214 casos e subiu para 3.253 em 2024. O Paraná está na lista dos estados que mais contribuiu para esse aumento. O Estado passou de 16 casos em 2023 para 2.423 no ano passado.
A doença também conhecida como tosse comprida é provocada por uma infecção bacteriana que se propaga por meio de partículas liberadas ao tossir ou ao tocar superfícies contaminadas. O diretor geral da 20ª Regional de Toledo Fernando Pedrotti explica que o aumento existe (como um todo) no Brasil. “Exemplo: teve o registro de um caso em determinado município, caso ocorra dois, o aumento já é considerável e chamará a atenção da sociedade”.
Pedrotti esclarece que muitas pessoas consideram um aumento quando se deparam com 100 casos ou mais. “Na verdade, basta ter o aumento de casos, pois a doença é transmissível. A transmissão acontece a partir do contato direto de alguém que está com a doença com uma pessoa que não esteja vacinada”.
Com isso, a atenção está voltada ao sistema respiratório. O diretor da 20ª Regional de Toledo pondera que a pessoa com a doença tosse muito. “Ao tossir, ela elimina pequenas gotículas de saliva doentes ou até mesmo pelo espirro. Quando a gente faz isso, essa secreção vai contaminar outra pessoa. Além disso, a doença é bastante transmissível! O que se tem como principal fator de risco para contrair a doença é a falta de vacinação”, enfatiza o profissional.
COBERTURA VACINAL – Um dos possíveis motivos para o aumento dos casos é a queda na vacinação, que deveria estar no patamar de 95% no Brasil. A vacina é disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e o esquema primário inclui três pentavalente aos dois, quatro e seis meses. Em seguida há reforços com DTP, que protege contra difteria, tétano e coqueluche.
Pedrotti recorda que essa vacina é utilizada há décadas. Na sequência, existe um reforço vacinal realizado aos 15 meses de idade e aos quatro anos. “Essa imunidade dura para a vida toda? Não! Ela tende a diminuir, especialmente a partir dos 20 anos”.
Ele complementa que existem algumas situações consideradas importantes e as pessoas devem voltar a se vacinar. Um público que deve receber a vacina é a gestante. “Se essa mulher contrair a doença com o bebê pequeno, o risco para a criança também é considerado maior. Esse é o principal problema: as pessoas deixam de fazer a vacina e, por consequência, a bactéria volta a circular em nosso meio”.
PROTEÇÃO – Pedrotti acrescenta que a cobertura vacinal diminuiu entre as crianças. Apesar disso, a cobertura vacinal chega a 95% entre o público-alvo da 20ª Regional de Saúde de Toledo. “Mas, essa cobertura poderia ser ainda melhor. De maneira geral, nós percebemos que ela diminuiu e, posteriormente, a proteção. Com isso, a bactéria passa a circular mais”.
Outra orientação do diretor é que os profissionais de Saúde, especialmente, aqueles que trabalham na maternidade ou na unidade de atenção ao recém-nascido, também sejam vacinados. “Para que consigamos diminuir o risco de transmissão é preciso vacinar. Trata-se de uma vacina utilizada há décadas e totalmente segura e eficaz. Quando analisamos um país como um todo, observamos um aumento de mais de 1000%. Essa doença é muito contagiosa e traz muito risco para a saúde. Precisamos vacinar!”, finaliza Fernando Pedrotti.
Da Redação
TOLEDO
Doença*
A coqueluche é uma infecção respiratória transmissível causada pela bactéria Bordetella Pertussis. Ela compromete o aparelho respiratório, traqueia e brônquios, e se caracteriza por ataques de tosse seca. A doença é transmitida por tosse, espirro ou fala de pessoa contaminada. Caracterizada por uma tosse seca e irritativa que pode durar semanas ou até meses, a coqueluche também pode causar febre baixa, corrimento nasal e mal-estar. É uma doença contagiosa, transmitida através do contato com a pessoa infectada ou pelas gotículas eliminadas por ela ao tossir, falar ou espirrar.
*Fonte: Secretaria de Saúde do Paraná