Central de Bioenergia de Toledo inicia operação assistida

O apertar o botão marcou o iniciou da operação assistida da Central de Bioenergia de Toledo (CBT) –  da Itaipu Binacional, o Parque Tecnológico Itaipu (PTI – Brasil) e o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás). A solenidade ocorreu na manhã de quarta-feira (11) e contou com a presença de diversas autoridades.

Para o diretor-geral Brasileiro de Itaipu, Enio Verri, o papel da Itaipu vai além de oferecer energia elétrica de qualidade e barata. Ele pontua que o papel é contribuir para a inovação tecnológica, pois o assunto do mundo é a transição energética.

“Sabemos que o petróleo é poluente. Temos problemas com a geração de energia não tanto no brasil, mas no resto do mundo a energia que se produz é altamente poluente. Em um mundo que está se discutindo a vida útil do planeta essas alternativas energéticas têm que ser substituídas rapidamente”, declara ao acrescentar que a Itaipu tem construído uma superintendência que trata disso.

Verri enfatiza a importância em poder contar com parcerias. “O prefeito Beto Lunitti tem sido visionário em compreender que temos que fazer investimentos nessa área, em alternativas de energias, aliás com um tipo que se produz muito em Toledo, o gás metano é muito forte”.

Sobre os investimentos de aproximadamente R$ 19 milhões na execução do projeto, o diretor-geral Brasileiro de Itaipu salienta que se tratar de pouco no comparativo de retorno que a Central trará para a sociedade. Ele reforça que envolve a solução de passivos ambientais, geração de energia e impacto na economia.

TERRITÓRIO FAVORÁVEL – Segundo prefeito de Toledo, Beto Lunitti, Toledo envolve um ambiente propício e favorável para a constituição da energia renovável a partir dos dejetos de suínos. Ele enfatiza que o município já conta com ações que deram certo e o Centro Internacional de Energias Renováveis vem reforçar essa potencialidade.

“Toledo é sócio fundador dessa instituição, não poderíamos fica de fora da doação dessa área para composição dessa usina que é algo para a solução de problemas ambientais, mas também da geração de energia. Isso mostra que estamos trabalhando de forma intensa em várias frentes e coloca nosso território, no Paraná, como o mais propenso na geração de energia renovável, naturalmente, podemos contribuir firmemente como uma região alto sustentável em energia”, afirma.

O PROCESSO – A Central de Bioenergia de Toledo foi construída em um terreno de 55,3 mil metros quadrados – doado pelo município de Toledo. A unidade conta com três biodigestores com capacidade para processar dejetos de 41 mil suínos criados por 15 produtores locais.

A planta tem estrutura para ampliação, mas no momento, com o volume recebido pode produzir 5 mil metros cúbicos de biogás –  responsável por movimentar dois geradores, cada um com potência instalada de 335 kW. No local, também será produzido 330 metros cúbicos de biofertilizantes – que serão distribuídos para os suinocultores que participam do projeto e a comunidade em geral.

CBT ajuda a solucionar passivo ambiental e gera energia

O processo envolve a coleta dos dejetos e carcaças até a transformação de energia sustentável – Foto: Janaí Vieira

A Central de Bioenergia de Toledo (CBT) é um projeto inovador com aspectos tecnológicos explorados para produção de biogás que foi desenvolvido para sustentar e viabilizar a replicação da solução dos dejetos e carcaças. A unidade também se apresenta como solução para diversas demandas dos produtores e das agroindústrias da região.

Segundo o diretor de desenvolvimento tecnológico, Felipe Souza Marques, o projeto concretiza os serviços de uma unidade que coleta dejetos de 15 propriedades rurais e traz para um tratamento na central – onde centraliza a biodigestão. “É feita a coleta de dejetos e de carcaças; essa carcaça é processada, triturada, e sanitizada para misturar com os dejetos e produzir biogás”, explica.

O biogás produzido, de acordo com Marques, é tratado e utilizado para a produção de energia elétrica. Ele aponta que são 328 mb hora/mês de energia injetada na rede da Copel e isso é benéfico para toda a comunidade.

“Fizemos a negociação da compensação dessa energia toda em receita, ou seja, a energia gerada nessa unidade é utilizada para a operação dessa planta”, comenta ao acrescentar que dessa forma a unidade tem duas fontes de renda, além da negociação de créditos de energia elétrica – na modalidade de compensação de energia para minigeração distribuída – tem a venda dos créditos de carbono.

Com a geração de energia da unidade é possível abastecer 1.500 residências, contudo, a Central pode dobrar essa capacidade. Conforme o diretor, todos os consumidores de energias do Estado são beneficiados com o projeto, pois injeta energia na rede de destruição, porém os principais beneficiados são os mais próximos visto que amplia a qualidade da energia.

AMPLIAÇÃO DA CENTRAL E DO PROJETO – “No momento, a unidade está preparada para receber esses 15 produtores, mas tem espaço para aqueles que desejam destinar as carcaças, basta nos procurar para avaliarmos a possibilidade de logística para receber e darmos continuidade”, cita Marques ao enfatizar que a Central foi criada já pensando no futuro, por isso, a estrutura já conta com as esperas para gerar mais energia. “Isso não acaba aqui. Toledo comporta mais três ou quatro unidades idênticas a essa”.

O superintendente de Energias Renováveis da Itaipu, Rogério Meneghetti, pontua que desde 2006, a Itaipu começou a investir nessa energia. “Desde o começo foi pensando na viabilidade técnica dessa solução, construindo os parceiros, as instituições, o corpo técnico especializado nesse tema, depois desenvolvendo tecnologia para isso, fornecedores, incentivos econômicos e, por fim, chegamos nesse projeto e viabilizar os pequenos produtos que não poderiam fazer um projeto adequado. Centralizando uma unidade dessa todo mundo ganha, os produtores rurais ganham, ganha o desenvolvimento tecnológico, ganha o meio ambiente”.

PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE – Meneghetti destaca que sem a atuação da Central de Bioenergia de Toledo existe um prejuízo ambiental, pois sempre que os dejetos não são bem tratados e acabam sendo jogados nas lavouras de forma inadequada, com as chuvas naturais eles podem acabar deslocando para os rios e nos reservatórios das usinas. “A Itaipu apoia e atua para fazer o desenvolvimento de tecnologia e ambiental. Essa unidade é totalmente aplicável tendo propriedades rurais próximas para que ela possa funcionar”.

Conforme o casal Ivone e Juraci Bugs, a propriedade deles foi a primeira a ser visitada pelos técnicos do CIBiogás. “Estamos felizes em fazer parte do projeto. Estamos desde o início e hoje a produção ajuda no funcionamento da Central. A cada dois ou três dias, o pessoal faz a coleta em nossa granja, a produção diária de dejetos chega a 18 mil a 20 mil litros. Conseguimos nos adequar e atender toda a parte burocrática necessária. Com a unidade temos a certeza e a segurança de que os dejetos e as carcaças têm a destinação correta”, conclui o casal.

Da Redação

TOLEDO

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