Cesta básica em Toledo apresenta aumento de 6,99% em junho
As compras no supermercado ficaram mais ‘salgadas’ no último mês. Isso porque o custo da cesta básica apresentou um aumento de 6,99% no mês de junho, em Toledo. Os dados são da Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos, levantamento realizado pelo Núcleo de Desenvolvimento Regional (NDR), da
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) campus Toledo.
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Além da variação percentual mensal, a Pesquisa aponta também aumento acumulado nos últimos 12 meses de 5,86% (julho de 2023 até junho de 2024) e 7,25% na variação do ano (janeiro a junho de 2024). Nos últimos 12 meses, foram sete meses com aumentos e cinco meses com reduções no custo.
Em julho de 2023, a cesta básica custava R$ 616,53 e observou-se reduções nos meses de agosto (R$ 585,68), setembro (R$ 568,53) e outubro (R$ 561,92) de 2023. Em seguida, em novembro (R$ 582,72) e dezembro (R$ 591,86) de 2023 e em janeiro (R$ 608,53), fevereiro (R$ 627,99) e março (R$ 630,43) de 2024 o custo se eleva, resultando em cinco meses consecutivos de aumento. Por fim, se observam reduções por dois meses consecutivos, em abril (R$ 616,29) e maio (R$ 610,02) de 2024 voltando a subir em junho de 2024.
VARIAÇÃO
A Pesquisa apresenta que custo da cesta básica individual passou de R$ 610,02 em maio de 2024 para R$ 652,68 em junho de 2024. Desta forma, o percentual do salário-mínimo líquido necessário para adquirir a cesta básica para uma pessoa adulta apresentou aumento no mês de junho de 2024, quando seria necessário 49,97% do salário-mínimo para adquirir a cesta. Ou seja, um trabalhador precisa de quase a metade do salário-mínimo para comprar a cesta básica individual.
Já a cesta básica familiar é calculada considerando os custos alimentares de uma família de três pessoas – que seria uma família média, composta por 4 pessoas, com dois adultos e duas crianças (sendo que as 2 crianças correspondem a 1 adulto). Desta forma, com o aumento de 6,99% no custo da cesta básica familiar, esta passou de R$ 1.830,05 em maio de 2024 para R$ 1.958,03 em junho de 2024.
PRODUTOS
Para o cálculo da cesta básica, são coletados os preços de 13 produtos em diferentes estabelecimentos de Toledo. São coletados os preços de três marcas de cada produto, calculando-se o preço médio do produto para cada estabelecimento e, posteriormente, o preço médio do produto entre todos os locais. Dos 13 itens da cesta básica apresentados, 11 produtos apresentaram aumento do preço médio no mês de junho, que foram: o tomate (18,63%); a batata (17,91%); o leite (13,44%); o arroz (11,93%); a banana (10,79%); o café (7,36%); a farinha de trigo (3,37%); a carne (3,09%); o açúcar (3,06%); o pão francês (2,61%) e o óleo de soja (2,17%).
“Os produtos que tiveram maior impacto para o aumento do índice no mês de junho foram a batata e o tomate. Esse aumento também se explica principalmente por fatores climáticos. O aumento só não foi maior por causa da redução no preço do feijão”, comenta a coordenadora da Pesquisa, professora e doutora Crislaine Colla.
Ela pontua que também foi observado um aumento no preço do arroz, reflexo das questões climáticas ocorridas no Rio Grande do Sul. “Apesar da safra do arroz no Rio Grande do Sul não ter sido muito afetada, já que no período das enchentes já tinham sido colhidos aproximadamente 80% do total no estado, e de ter um estoque disponível, temos também o fator especulativo que teve efeito sobre o aumento no preço do arroz”, complementa a coordenadora.
Os fatores climáticos, segundo Crislaine ainda devem afetar os produtos sazonais da cesta básica, como o tomate, a batata e o leite. Portanto, o consumidor deve ficar atento quando for as compras. “Estima-se que o arroz deve permanecer com esse valor mais alto por um período”, esclarece.
Já no acumulado dos últimos 12 meses, os produtos que apresentaram maior aumento de preços foram: a batata (126,39%); o arroz (46,29%); o tomate (13,45%); o leite (11,75%); o café (8,44%); a banana (5,91%) e o pão francês (2,92%). Em contrapartida, seis produtos apresentaram variação acumulada negativa: a margarina (-19,33%); a farinha de trigo (-13,03%); o feijão (-8,55%); a carne (-8,42%); o açúcar (-0,58%) e o óleo de soja (-0,18%).
COMPARAÇÃO
A pesquisa indica que para suprir as despesas domiciliares mensais com habitação, vestuário, transporte, alimentação, entre outros, o valor do salário-mínimo em Toledo precisaria ser de R$ 5.124,77 em maio de 2024 e R$ 5.483,14 em junho de 2024.
Ao comparar o salário-mínimo necessário de Toledo e a média nacional para o mês de junho de 2024, o levantamento mostra que o valor nacional precisaria ser de R$ 6.995,44, ou seja, 27,58% maior que o de Toledo. Ainda, deve-se levar em consideração que o salário-mínimo necessário em Toledo durante o mês de junho de 2024 corresponderia a 3,88 vezes o piso nacional vigente, que é de R$1.412,00.
Também é apontado na Pesquisa que no mês de junho o custo da cesta básica de Toledo foi maior que o de Recife, Pato Branco e Francisco Beltrão (algumas das cidades listadas na pesquisa). Observou-se ainda que o custo da cesta básica de Cascavel (R$ 656,84) foi 0,61% maior que o custo da cesta de Toledo (R$ 652,68).
Da Redação
TOLEDO
Colaboração
A Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos de Toledo já ocorre há 39 meses e se consolida como uma importante ferramenta para que a sociedade possa acompanhar de modo mais objetivo o comportamento dos preços analisados pela Pesquisa, além de contribuir para a identificação das variações no poder de compra do consumidor. Dessa forma, se postula que Toledo, de modo geral, segue as tendências nacionais de aumentos, reduções e variações oscilantes no custo da cesta básica.