Cesta básica de Toledo já aumentou 11,84% somente este ano

A variação mensal no custo da cesta básica de Toledo no período entre outubro e novembro de 2022 teve um aumento de 1,42%, conforme demonstra a pesquisa da cesta básica de alimentos para o município de Toledo divulgada nesta quinta-feira (15). O estudo é realizado pelo Núcleo de Desenvolvimento Regional, composto pelo curso de Ciências Econômicas e pelos programas de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio e Pós-graduação em Economia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo e a Prefeitura.

De acordo com a coordenadora da pesquisa, professora Drª. Crislaine Colla, após um período de redução, o custo da cesta básica de Toledo voltou a subir em outubro e novembro, ainda que em menos intensidade no mês passado. “Diante da variação total da cesta básica individual para novembro de 2022, que foi de 1,42%, o aumento no preço da carne foi o que representou maior impacto para o aumento do índice, vindo em seguida o aumento do preço da batata e do tomate”.

Outro fator analisado na pesquisa é cada item da cesta básica. Dos 13 itens, seis produtos apresentaram aumento no preço médio, que foram: a batata (8,92%); o tomate (3,63%); o óleo de soja (3,49%); o açúcar (2,46%); a carne (2,26%) e; o arroz (0,31%).

Por sua vez, seis produtos apresentaram redução no preço médio no período: a banana (-2,38%); a farinha de trigo (-1,55%); o café (-1,19%); o leite (-1,15%); o feijão (-0,77%); e a margarina (-0,53%). “O pão francês manteve seu preço médio estável entre outubro e novembro”, cita a professora.

ITENS – A pesquisa da cesta básica de Toledo mostra que os produtos com maior aumento de preços nos últimos 12 meses foram: a batata, que acumulou 128%; o leite, que aumentou 39,71%; a farinha de trigo, que ampliou 31,66%; o pão francês, com incremento de 24,82%; e a banana, com o acréscimo acumulado de 24,31%.

Crislaine menciona que apenas quatro produtos apresentaram variação acumulada negativa: o feijão, com uma redução de -20,63%, o óleo de soja, que reduziu -8,24%, o açúcar, que reduziu -7,58% e o arroz, que diminuiu -1,30% nos últimos 12 meses.

A professora salienta que a variação acumulada no ano corrente, ou seja, nos últimos 11 meses, também tem intensa volatilidade nos preços, pois nesse mesmo período a batata apresentou aumento de 57,31%, por exemplo. “Em seguida vem o preço da banana, que acumula aumento de 36,47%. Apesar do preço do leite ter reduzido entre julho e novembro, este produto acumula aumentos sucessivos e significativos, com aumento acumulado de 35,47%”.

A coordenadora da pesquisa complementa que o pão francês e a farinha de trigo apresentam o quarto e quinto maior aumento acumulado neste ano, de 26,94% e 26,24%. “Nos 11 primeiros meses deste ano, o açúcar apresentou uma variação acumulada negativa de -16,39%, o feijão de -15,74% e, o óleo de soja de -7,90%”.

VARIAÇÃO – Crislaine ainda destaca o índice acumulado de variação da cesta básica nos últimos 12 meses. “Nós observamos que ocorreu um aumento acumulado significativo de 13,12%”.

A pesquisa da cesta básica de alimentos mostra que o custo variou 11,84% de janeiro a novembro deste ano. A coordenadora pondera que esse índice caracteriza um aumento expressivo para o período.

“O custo da cesta básica individual passou de R$ 611,15 em outubro de 2022 para R$ 619,83 em novembro de 2022. O custo da cesta básica familiar também apresentou um aumento de 1,42%, passando de R$ 1.833,46 em outubro de 2022 para R$ 1.859,49 em novembro de 2022”, destaca Crislaine.

A professora esclarece que um trabalhador que ganha um salário-mínimo não teria condições de adquirir a cesta básica familiar, uma vez que o valor de R$ 1.859,49 ultrapassa o valor do salário-mínimo vigente em 65,86%, não conseguindo arcar com as demais despesas domiciliares mensais.

Crislaine comenta que o valor do salário-mínimo necessário para adquirir a cesta básica e suprir as despesas domiciliares mensais referentes à habitação, ao vestuário, ao transporte, entre outras, em novembro deveria ser de R$5.207,21.

“Ao comparar o salário-mínimo necessário de Toledo e a média nacional para o mês de novembro, observa-se que o valor nacional seria 26,27% maior que o de Toledo. Deve-se levar em consideração que o salário-mínimo necessário de Toledo corresponde a 4,73 vezes o piso nacional vigente, que é de R$1.212,00”, cita a coordenadora da pesquisa.

CIDADES – Outro fator destacado na pesquisa é que o custo da cesta básica de Toledo foi maior que o de Recife, Pato Branco, Francisco Beltrão e Dois Vizinhos em novembro. Crislaine enfatiza que o custo da cesta básica de Cascavel (R$ 625,38) foi 0,9% maior que o custo da cesta de Toledo (R$ 619,83). A professora esclarece que a diferença entre o custo da cesta básica de Toledo e de Cascavel diminuiu, porque em novembro ocorreu o aumento no custo da cesta básica em Toledo e a redução em Cascavel.

“Das cidades analisadas, somente Recife e Cascavel apresentaram redução no custo da cesta básica. Ao comparar o custo da cesta básica de Toledo com o de São Paulo, que apresentou a cesta básica com maior custo em novembro (R$ 782,68), verifica-se que a cesta de São Paulo tem custo 26,27% maior que a de Toledo”, destaca a coordenadora da pesquisa.

De maneira geral, Crislaine pontua que mesmo diante das reduções verificadas no custo da cesta básica de Toledo em alguns meses anteriores e as demais variações ocorridas ao longo do último ano, observam-se aumento nos dois últimos meses. “Um aumento acumulado nos últimos 12 meses de 13,12% e, somente no ano de 2022, a cesta básica de Toledo já aumentou 11,84%. Estas variações retratam uma perda do poder de compra do consumidor, que também pode ser verificada com o índice de inflação no Brasil”, finaliza a coordenadora da pesquisa.

Da Redação

TOLEDO

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