Chuva prejudica colheita da soja e produtor pode ter grandes perdas

Os produtores da regional de Toledo estão com um ‘olho’ na condição climática e outro na lavoura de soja. Assim são os últimos dias dos produtores. Muitos estão apreensivos com o atraso da colheita devido as chuvas constantes nos últimos dias.       Qualquer abertura de sol ou condição são possibilidades para a entrada das máquinas no campo. Na regional de Toledo, a área com soja é de 489.905 hectares.

De acordo com o técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) Paulo Oliva, a estimativa inicial (em setembro do ano passado) era uma produção de 1.861 mil toneladas. “Nos meses de setembro e outubro de 2022, tivemos boas chuvas, as quais eram importantes para a cultura”.

As chuvas diminuíram em meados de novembro de 2022. A partir deste mês, os produtores observaram somente as chuvas de verão e aguardaram as de dezembro. “Um veranico se instalou em meados de novembro e seguiu até o dia 2 de janeiro”, destaca Oliva.

Em virtude desta condição climática, a produção que estava estimada em 1.861 mil toneladas diminuiu para 1.512 mil toneladas. Uma redução de aproximadamente 17%. O técnico do Deral salienta que essa queda se deve ao período de estiagem. “O excesso de chuva registrado em fevereiro dificultou a entrada do produtor na lavoura para realizar a colheita”, lamenta.

DESAFIOS – A preocupação do produtor é constante nos últimos dias. O Deral estima que 63% da área de soja já está colhida e 37% ainda precisa ser retirada da lavoura. Oliva pondera que o produtor precisa aguardar a melhor condição climática para avaliar o grão. “Ele pode ter problema de produção, de qualidade e de peso”.

O técnico do Deral é cauteloso quando o assunto é o produtor ter uma nova perda em sua área. “A produção já foi reduzida no final de janeiro deste ano. Agora, nós aguardaremos a conclusão da colheita para fazer o fechamento”. Ele acredita que quando a produção é ajustada, a quantidade não deve alterar bruscamente no futuro. “Avaliaremos a qualidade e a produtividade após o término desta safra”.

O mês de fevereiro teve um clima completamente atípico, conforme Oliva. “Em setembro e outubro do ano passado choveu 700 milímetros; essa quantidade é considerada a ideal para toda a safra. Nós tivemos o veranico (conforme já citado) e o retorno da chuva em janeiro e, atualmente, esse excesso de chuva”, lamenta.

O técnico do Deral acrescenta que o agricultor não tem opção. “Se o produtor deixa o grão na lavoura, ele pode perde-lo. Se o produtor colhe também perde devido à alta umidade. Ele terá o custo para secar o grão, além de interferir na qualidade”. Oliva acredita que a colheita da área de soja deve finalizar até 15 de março. “Essa é a esperança! Se o tempo colaborar em cerca de uma semana conclui tudo. O produtor está em uma situação delicada e a avaliação só acontece após a conclusão”.

REALIDADE – Com relação ainda a colheita da área da soja, o supervisor técnico da Coamo – unidade Toledo, Douglas Fala de Faria, salienta que a realidade dos cooperados é semelhante dos demais produtores da regional de Toledo. “Infelizmente, a qualidade do grão tem apresentado alguns problemas, porém são em propriedades mais pontuais”.

O excesso de chuva pode influenciar na brotação ou no apodrecimento do grão, como também na sua perda de peso. A preocupação se intensifica se a chuva continuar. “Da área que ainda precisa ser colhida, 90% dos produtores aguardam o clima melhorar para colher. Mas, o excesso de chuva tende a fazer com que tenha perda”, enfatiza Faria ao complementar que a Cooperativa está em constante diálogo com o agricultor e aguarda finalizar a colheita.

Da Redação

TOLEDO

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