Chuvas aliviam escassez hídrica para as lavouras na regional de Toledo

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De acordo com o boletim Condições de Tempo e Cultivo, divulgado pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, as chuvas registradas aliviam o déficit hídrico, principalmente em áreas de solo arenoso, lavouras mais antigas e regiões com compactação do solo. Estimativas mostram que de sexta-feira (6) até a última segunda-feira (9), mais de 200 mm de chuvas foram registradas na regional de Toledo.

O técnico do Deral de Toledo, o engenheiro agrônomo Paulo Oliva, salienta que as chuvas aconteceram em toda a regional, variando de 130 a 204 mm. “As chuvas possuem a expectativa de melhorar a safra 2024/2025 de soja”. Outro fator pontuado por Oliva é que a condição climática deve melhorar nos próximos dias”.

ESTAÇÃO – De acordo com o professor de Agrometeorologia da Pontifícia Universidade Católica (PUC-PR), campus Toledo, Alexandre Luis Müller, a Estação Meteorológica da PUC-PR registrou 198 mm de chuvas desde o seu início na sexta-feira até a manhã de segunda-feira (9).

Müller explica que a Estação Meteorológica mede um local aberto. “Ela tem um diâmetro maior de coleta. Com isso, às vezes, o índice apresentado por um produtor pode ser referente a chuva que ocorreu na região dele. Desta maneira, os valores podem variar até entre 200, 250 e 300 mm de chuvas”.

O professor de Agrometeorologia destaca que a quantidade coletada com um medidor de produtor pode ser maior perante a dimensão. “Por isso, muitas vezes, não podemos considerar como uma coleta oficial”.

Ele menciona que em um grupo de produtores no WhatsApp foi encaminhada a seguinte publicação:

Chuva acumulada:

Toledo – 245 mm;

MCR Sede – 225 mm;

Palotina – 150 a 200 mm;

Lh Apepu – 237 mm;

Lh Flor de Maio – 221mm;

Curvado – 240 mm;

Guarani – 245 mm;

Sanga Furão Margarida – 200 mm;

Linha Guará – 210 mm;

Bom Jardim – 200 mm;

Belmonte – 200 mm;

Lh Wilhelms – 240 mm;

Dois Vizinhos – 200 mm;

Margarida – 220 mm;

São Roque – 150 mm.

EFEITOS – Atualmente, 35% da produção da lavoura de soja encontra-se no processo de floração e 65% de frutificação na Regional de Toledo. O próximo relatório com os resultados da safra deve ser publicado no dia 19 de dezembro.

Apesar das fortes chuvas no final e no começo desta semana, Oliva explica que é importante aguardar como as plantas se desenvolverão nos próximos dias.

O engenheiro agrônomo salienta que o ano de 2024 está sendo marcado por escassez de chuvas durante o ano. “Passamos o ano todo com poucas chuvas. Com isso, esses volumes beneficiam as condições de umidade para a planta. A previsão é que o tempo comece a firmar a partir desta terça-feira (10)”.

Oliva enfatiza que a chuva também é importante para a reposição de rios, lagos e minas. “Precisamos de umidade, de tempo de sol, horas luz para desenvolvimento do grão. É importante que ocorra conforme previsão de chuva seja intermitente possibilitando que o produtor faça controle sanitário (se necessário) e conforme o andamento da safra”.

DISTRIBUIÇÃO – O chefe regional do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) Ivan Decker Raup explica ainda que as chuvas poderiam causar um prejuízo considerável ao produtor se a cultura não estivesse plantada ou até mesmo recém-implantada.

A cultura de soja, em geral, está em um estágio de formação de grãos. “A cultura está bem alta e para aqueles agricultores com sistema de conservação (a maioria tem plantio direto) não causou danos”, afirma Raup.

Conforme o chefe regional do IDR-PR, existem algumas situações, porém elas são localizadas. “Exemplo: quem não tem o terraceamento adequado ou houve um problema na implantação da cultura pode ter tido alguns problemas de erosão”.

Raup, Oliva e Müller ponderam que as chuvas foram intensas, mas positivas. Raup ainda pontua que as equipes do IDR-PR aguardavam as chuvas, principalmente, para as questões de nascentes. “Até o pessoal da piscicultura já estava com as águas um pouco mais fracas Em linhas gerais, as chuvas foram positivas. Nós não temos ainda relatos na nossa unidade e nem nos grupos de produtores no WhatsApp situações de grandes prejuízos”.

Da Redação

TOLEDO

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