Colheita do milho avança na Regional de Toledo com boa produtividade
A colheita do milho safrinha avança em todo o estado e os produtores estão com boas expectativas para essa safra. De acordo com o relatório mensal do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) já foram colhidos mais de 1,2 milhão de hectares da segunda safra de milho 2021/22.
Em todo o estado, o percentual de colheita atingiu 45% da área estimada de 2,7 milhões de hectares. O relatório também aponta uma redução na expectativa de produção e neste momento é esperada a colheita de um volume de 14,65 milhões de toneladas, uma redução de 9% quando comparado à expectativa inicial para a safra, que era de 16,11 milhões de toneladas.
O informe ainda traz que com o avanço da colheita já é possível mensurar de forma mais qualitativa os impactos na produtividade, especialmente em razão da praga cigarrinha e de áreas pontuais de estiagem, granizo e geadas que ocorreram ao longo da safra. Mesmo com esta redução de 1,45 milhão de toneladas na expectativa de produção, a safra como um todo ainda é considerada ótima, com potencial de superar a produção histórica da segunda safra, que foi um pouco superior a 13 milhões de toneladas em 2017.
MÉDIA – Na Regional de Toledo, segundo dados atualizados na última terça-feira (2), a colheita do milho chegou a 63% da área de 449.029 hectares. De acordo com o técnico do Deral, Paulo Oliva, 90% das lavouras apresentam boas condições e 10% estão com condição média. O milho safrinha na Regional também se encontra na fase final de maturação e pré-colheita. “O clima tem colaborado para o andamento da colheita. Existe previsão de que possa ocorrer chuvas ainda está semana, o que será muito bem-vinda. Se vier a chuva, ela poderá interromper o processo de colheita por pouco dias, mas depois os trabalhos retornam normalmente”.
Oliva salienta que a produtividade média do milho safrinha está dentro do esperado pelo Departamento. “De forma geral, as médias ficam dentro da expectativa inicial de 5.800 kg/ha. As quebras eventuais devido ao enfezamento do milho são casos pontuais na Regional”, esclarece.
A colheita do milho safrinha deve finalizar nas próximas semanas, apesar de ter pouquíssimas áreas que podem se estender até o final do mês. O técnico da Seab enfatiza que a conclusão depende do período de implantação da cultura. O plantio da nova safra, principalmente da soja, depende de dois fatores. “Todos vão aguardar o período do vazio sanitário para depois buscar uma melhor condição de clima para efetuar a nova safra”.
Da Redação
TOLEDO
***RETRANCA***
Adapar orienta sobre o controle e monitoramento da cigarrinha do milho
As chuvas bem distribuídas no período de implantação do milho safrinha colaboraram com a produtividade do grão na Regional de Toledo em relação à safra passada. Com a colheita avançando no território, o fiscal agropecuário da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Anderson Lemiska, comenta que a produtividade varia entre 50 a 100 sacas por alqueire, principalmente nas áreas onde o agricultor não fez o manejo da cigarrinha do milho e utilizou material mais sensível ao complexo do enfezamento do milho.
“Nessas áreas teve uma baixa produtividade. Nas outras áreas, grande maioria, onde teve um material mais tolerante e o agricultor fez o monitoramento e controle da cigarrinha, de média, estamos vendo em torno de 200 a 250 sacas por alqueire. Contudo, vemos relatos de agricultores que estão colhendo próximo a 400 sacas por alqueire e, também há relatos que o agricultor fez o manejo, utilizou o material tolerante e colheu abaixo de 200 sacas por alqueire. Então, tem todos os cenários possíveis”, explica.
Com uma variação de produtividade no campo, Lemiska cita que é difícil compreender esse comportamento da safra neste ano, principalmente nas áreas onde foram utilizados o material tolerante e a aplicação de inseticidas. “Tem agricultor que fez três, quatro e até cinco aplicações de inseticidas e nessas áreas, em alguns locais pontuais eles tiveram produtividade abaixo de 200 sacas”.
ORIENTAÇÃO – Com as lavouras entrando na reta final do processo de colheita, o fiscal agropecuário da Adapar cita que o órgão repassa algumas informações importantes para os produtores sobre as condições das lavouras. Lemiska salienta que o mesmo agricultor que produziu 250 sacas, tinha potencial de produzir 350. “Às vezes, o agricultor está feliz porque colheu 250, mas o material tinha potencial para 100 sacas a mais e no preço que está o milho dá uma diferença significativa de rentabilidade no final. Muitas áreas que nós vimos o material era tolerante, mas que não atingiu o teto produtivo em função do enfezamento e isso é difícil de mensurar a campo”.
Para os próximos meses, ele explica que é preciso trabalhar o manejo integrado, as estratégias integradas de controle da cigarrinha do milho e dos enfezamentos. “A primeira delas é o que está acontecendo agora que é realizar a colheita de forma que não sobrem espigas no chão. Os agricultores estão fazendo a coleta de sacos e sacos de milho nas áreas. Se não colher esses milhos, futuramente iram virar o milho voluntário ou guaxo e a cigarrinha pode permanecer nesse milho agora na entressafra e ficar ali próximo a semeadura da próxima safra”.
CONTROLE E MONITORAMENTO – Após a coleta das espigas que sobraram, deve ser feito o controle, principalmente no meio da lavoura de soja. “O agricultor geralmente faz os controles na fase inicial, mas tem germinações posteriores que vão acontecer em janeiro e fevereiro. Depois do controle deve ser feito o monitoramento tanto do milho cilagem, quanto do milho safra e do milho safrinha. O monitoramento serve para detectar se a cigarrinha está na planta ou no lugar”.
O fiscal esclarece que tem área agrícola que vai ter a cigarrinha, e na área ao lado não. Da mesma forma que pode ser que tenha a cigarrinha um ano, e no ano seguinte a mesma área não tenha a presença da cigarrinha. “Por isso que o monitoramento é extremamente importante. E se necessário fazer a aplicação de inseticida com o engenheiro agrônomo para controle de cigarrinha, porque o agricultor pode fazer a aplicação de um produto que tenha efeito para lagarta e para o percevejo mas que tem baixíssima eficiência para cigarrinha. E acabar não controlando a cigarrinha de forma satisfatória e essa cigarrinha ficar na área”, enfatiza o fiscal ao complementar que são várias as práticas que o agricultor terá que ficar atento porque no próximo ano pode ser que tenha problemas.
“Esse ano foi interessante. Um ano com chuva e condições para o milho expressar todo o poder produtivo e mesmo assim teve materiais que não atingiram o seu teto produtivo, com 100 a 150 saca abaixo do potencial para o investimento que o produtor faz. Então é preocupante e os agricultores devem ficar atentos”, finaliza.
Da Redação
TOLEDO