A prevenção de desastres e acidentes e a educação
Apesar de todo mundo defender segurança, proteção e cuidados, muita gente não relaciona o assunto à prevenção de acidentes. Mesmo vivendo esse momento de pandemia, algumas pessoas parecem ainda ter dificuldade para assimilar que prevenção, proteção e cuidados precisam andar juntos.
Todos os anos no Brasil (e no mundo) acontecem desastres, naturais ou causados pelo homem, que podem ser prevenidos. Recentemente, as cidades de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais, ficaram mundialmente conhecidas por conta do rompimento de barragens da Vale. Infelizmente essa lista de exemplos é enorme, pois temos todos os anos estações chuvosas onde encostas deslizam e atingem construções irregulares ou não. Tornados, maremotos e demais fenômenos da natureza são mais difíceis de prevenir, entretanto a ação humana é possível.
As queimadas florestais, comuns em períodos secos, como o que vivemos, são um bom exemplo de desatenção humana, assim como os incêndios que destroem em poucas horas grandes obras, monumentos, empresas e indústrias. Também há inúmeras notícias de incêndios em residências e comunidades inteiras, quase sempre de origem mais simples, porém não há nenhuma estatística nacional sobre esses números.
Por causa dessa falta de estudos mais elaborados sobre os incêndios residenciais, acabamos também por não conseguir listar cientificamente as principais causas dessas tragédias. Mas sabemos que há fatores que quase sempre estão relacionados a esses acidentes, como problemas com a instalação elétrica, vazamento de líquidos ou gases inflamáveis, chama exposta, atrito, combustão espontânea e convergência luminosa. Todas essas situações têm algo em comum: podem ser prevenidas! Tanto os acidentes de causa natural quanto os de causas artificiais.
No Brasil, a legislação contra incêndios é de 1975 e foi desenvolvida em resposta a grandes tragédias. Já a Engenharia de Prevenção contra incêndios é extremamente recente e vem a somar com o todo o trabalho realizado pelo Corpo de Bombeiros, que existe no Brasil desde 1856.
Antes de a Engenharia de Prevenção contra incêndios ser criada, havia a Engenharia de Segurança, que data de 1972. E antes, e além delas, praticamente todas as modalidades da Engenharia podem atuar no setor de segurança, desde que dentro de suas respectivas áreas como a Civil, Mecânica, Elétrica, Química entre outras.
Temos que valorizar a cultura da prevenção. Precisamos mudar o pensamento de que prevenir custa caro, porque vidas não têm preço. E para mudar este pensamento, temos que partir para a educação das crianças e criar realmente desde a primeira infância a cultura de que a prevenção salva bens materiais, mas principalmente vidas.
Em Cascavel, será inaugurado nesta semana o Centro de Treinamentos de Prevenção a Desastres, do Corpo de Bombeiros. Esperamos que esse valoroso trabalho proporcione parcerias para o treinamento de bombeiros, dos profissionais das engenharias, profissionais da educação e das mais diversas áreas, para que possamos ver em breve nossas crianças prontas para um futuro mais seguro e, assim, cumprirmos integralmente o juramento profissional da engenharia, difundindo esse pensamento:
“Prometo que, no cumprimento do meu dever de engenheiro, não me deixarei cegar pelo brilho excessivo da tecnologia, jamais me esquecendo de que trabalho para o bem do homem e não da máquina; respeitarei a natureza, evitando projetar ou construir equipamentos que destruam ou poluam o equilíbrio ecológico; colocarei todo o meu conhecimento científico a serviço do conforto e desenvolvimento da humanidade. Assim sendo estarei em paz comigo e com Deus”.
Eu prometo!