Exercício digital: como utilizar as telas para incentivar atividades físicas durante as férias escolares?

Frequentemente associadas ao sedentarismo, as telas, quando usadas de forma inteligente e equilibrada, também podem ser aliadas na promoção de atividades físicas. Durante as férias, quando o tempo de tela entre crianças e adolescentes tende a aumentar, aplicativos para treinos em casa ou jogos de dança e esportes virtuais são ferramentas que podem incentivar a movimentação, ajudando a manter os jovens ativos enquanto aproveitam a tecnologia.

Embora o uso excessivo de telas possa impactar negativamente o desenvolvimento infantil, a chave está em limitar o tempo de tela e direcioná-lo para atividades produtivas que permitem alinhar a tecnologia com a prática de atividades físicas, mantendo o corpo ativo e a mente equilibrada. Alguns dos exemplos mais populares são Pokémon GO, Just Dance e os jogos de boxe e UFC para Wii e Kinect. Atualmente, também existem aplicativos como o Sworkit Kids, que estimula os exercícios de forma lúdica e interativa, mas sem exigir equipamentos específicos, tornando a prática de atividades físicas mais acessível.

O mercado de fitness digital, que inclui aplicativos e dispositivos vestíveis, já movimenta milhões de dólares globalmente. Segundo dados da Business Research Insights, o mercado global de fitness digital deve atingir US$ 44 milhões até 2031. No Brasil, o cenário segue a mesma tendência, com o aumento no uso de aplicativos de exercícios físicos e saúde.

Vida ativa com tecnologia – As redes sociais também desempenham um papel importante na promoção de um estilo de vida mais ativo durante as férias. Muitos perfis já compartilham dicas, opções de locais, atividades e eventos esportivos para aproveitar o tempo durante o período de recesso. Também é possível encontrar informações completas sobre colônias de férias e acampamentos voltados para a iniciação esportiva, que influenciam positivamente na escolha de atividades longe das telas.

Mesmo com o aumento no consumo de conteúdo digital, é essencial que o tempo de tela seja equilibrado com atividades físicas ao ar livre e jogos recreativos. Uma das estratégias para manter os jovens engajados na prática de exercícios é a gamificação, que pode combinar desafios interativos e colaborações para tornar a atividade física mais prazerosa e educativa, estimulando o desenvolvimento motor e promovendo o engajamento de maneira positiva. No entanto, a gamificação deve ser usada com moderação, de forma a evitar que o foco seja apenas nas recompensas como pontos e prêmios ao invés dos benefícios à saúde e ao bem-estar.

O papel dos pais e das escolas – Para os pais, incentivar o uso positivo das telas durante as férias pode ser uma tarefa desafiadora, mas com certeza não é impossível. Algumas sugestões incluem estabelecer rotinas e horários para o uso dessas tecnologias, selecionar conteúdos de qualidade e propor a participação em atividades físicas ou lúdicas ao lado dos filhos. Além disso, é importante definir metas de curto e longo prazo por meio de desafios, que podem incluir recompensas ou não. Assim, é possível estimular os estudantes a manterem uma rotina de prática de atividades físicas sem excluir o acesso às telas.

As escolas, por sua vez, também podem desenvolver iniciativas para integrar o uso de telas e a promoção de atividades físicas. Alguns exemplos são projetos interdisciplinares com a finalidade de propagar a importância do exercício físico, como plataformas onde os estudantes possam acessar vídeos de exercícios, dicas de saúde e de nutrição e até mesmo planos de atividades que possam realizar em casa ou em grupo.

Utilizar as telas de forma consciente e equilibrada, portanto, permite incentivar um estilo de vida ativo mesmo durante o período de férias, proporcionando saúde e bem-estar de maneira divertida.

*Kelly Soares Rosa é Coordenadora de Ed. Física da unidade do Rio de Janeiro da Rede de Colégios Santa Marcelina, instituição que alia tradição à uma proposta educacional sociointeracionista e alinhada às principais tendências do mercado de educação.

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