Irrigação começa a mudar cenário do agronegócio paranaense

Dilceu Sperafico*

Apenas dois meses após ser lançado pelo Governo do Estado, o Programa Irriga Paraná já começou a atrair a atenção de produtores rurais interessados em aumentar a produtividade de suas lavouras. O programa conta com cerca de 200 milhões de reais em linhas de crédito facilitadas para implantação de sistemas de irrigação e garantir maior previsibilidade e renda aos agricultores, sobretudo em regiões que sofrem mais com a irregularidade das chuvas. Desde agosto último, a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (SEAB), já formalizou 151 projetos de irrigação no Paraná, que somam em torno de mil hectares de área irrigada. As propostas chegam a 20,8 milhões de reais em financiamentos, além dos cerca de 7,6 milhões de reais que foram destinados para a subvenção dos juros através do Banco do Agricultor Paranaense, da Fomento Paraná.

Além das propostas acatadas, outros 2.500 hectares de áreas estão com projetos em elaboração pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), e instituições parceiras, que incluem cooperativas e empresas de equipamentos para irrigação. A maior parte dos investimentos previstos para o programa, que devem chegar a 200 milhões de reais, será destinada às linhas de crédito de financiamento. Ao todo, 150 milhões de reais serão usados para esse fim, sendo 78 milhões de reais do Banco do Agricultor Paranaense, com subsídio da taxa de juros, 42 milhões de reais do Banco Regional de Desenvolvimento Econômico e Social (BRDE) e 30 milhões de reais do Fundo de Equipamento Agropecuário do Paraná.

Também está prevista a abertura de linha de crédito do BRDE específica, com subvenção dos juros que vão de 7% até 12% ao ano, conforme valor do financiamento, disponíveis durante todo o ano. O Governo do Estado também vai apoiar a implantação de sistemas irrigados para a agricultura familiar, com subvenção direta ao beneficiário final de até 80% do valor do projeto, limitado a 20 mil reais por agricultor. Com as adversidades das crises climáticas nos últimos anos a iniciativa cresce muito em importância e atualidade para o agronegócio e os consumidores do País e exterior.

Com a irrigação de lavouras e/ou plantações de hortaliças, verduras e frutas, o produtor rural tem garantida sua subsistência na atividade produtiva, assegurando colheitas e rendas previstas e necessárias. Da mesma forma, o consumidor urbano e o importador têm assegurado o fornecimento de alimentos saudáveis e a preços esperados, o que garante a sua e a sobrevivência da família, sem as consequências das safras frustradas, quando esses produtos somem das prateleiras dos supermercados e feiras livres e seus custos disparam. Mesmo residindo em regiões altamente produtoras de alimentos saudáveis, como é o Oeste do Paraná, os consumidores sabem que essa é a realidade do clima e do mercado de produtos agrícolas.

O Oeste do Paraná ainda tem uma vantagem excepcional no programa de irrigação do Estado, como são seu solo fértil, topografia favorável e recursos hídricos, graças ao volume de água de diversos rios, como o Paraná, o Iguaçu e tantos outros, além do reservatório da Usina de Itaipu. Com a sua enorme produção e exportação de alimentos, sejam grãos, derivados e/ou proteínas animais e potencial hídrico, a região tem tudo para se consolidar cada vez mais como uma das principais geradoras de alimentação humana e matérias-primas de qualidade do mundo.

*O autor é deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado

E-mail: dilceu.joao@uol.com.br

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