Eduardo Klaue
Todos sabemos que a vida nos faz dar muitas voltas, e que para vencermos os obstáculos é preciso muito trabalho, seriedade, competência e dedicação. Dar tempo ao tempo, ser leal e grato aos que um dia nos ajudaram são ingredientes fundamentais para que isso possa se consolidar. Esta é uma lei da natureza. Mas é pena que muitos não deem atenção a isso.
Buscam sua plena satisfação, olhando somente para “seu” futuro e o que possam obter dele. Viram as costas ou esquecem dos que estão à sua volta, e que muitas vezes foram os que o sustentaram e ainda o sustentam sigilosamente, mesmo que não saiba. Curta visão, limitada visão, que por si só não se suporta.
Precisamos sempre olhar para o passado, para podermos ver que a experiência dos anos acumulada sempre vence a raiva e o egoísmo.
Sabeis aqueles que rastejam por caminhos escuros, no desejo de atacar sorrateiramente suas supostas vítimas, que é por lá que devem ficar. Pois a visão de um rato nunca pode se comparar a visão de uma águia. Nem muito menos seu rastejar a beleza do voo da brilhante ave.
Conta a história que certa vez … “Quando eu era menino, gostava de andar a esmo pelo parque perto de minha casa e observar alguns homens idosos jogando damas. Certo dia, um deles convidou-me para jogar. A princípio, o jogo parecia fácil. “Comi” uma peça dele e, depois outra, e mais outra. Mas ele parecia não se importar.
De repente, ele pegou uma peça e foi saltando várias outras pelo tabuleiro, até chegar ao lado oposto, e gritou: – Fiz uma dama! Após dizer isso, ele “comeu” todas as minhas peças.
Naquele dia, aprendi o que significa visão de longo alcance. Ninguém, sendo sábio pela preparação ou pela experiência, se importa em perder algumas peças se estiver com os olhos fixos no lado oposto do tabuleiro, ou seja, no território da dama.”
Na vida, tudo que parece muito fácil, encanta e ilude os menos avisados, que com a sede de vencer, caem facilmente nas armadilhas que eles próprios prepararam. Por isso a paciência é tão importante, e a experiência fundamental.
Os que pulam de galho em galho, com suas ensaiadas ladainhas, devem sempre ser observados, pois como maçãs podres, seus egoísmos acabam por contaminar as outras frutas da bandeja. Mesmo que acreditem ser ocultas suas íntimas intenções, elas não passam despercebidos pela visão atenta do insondável.
Que cada um jogue seus dados no tabuleiro, com inteligência e sabedoria. Não se esqueçam que no final da noite, o tabuleiro e suas peças são sempre reunidos e guardados pelo dono no mesmo lugar. No outro dia “eles” estarão lá novamente….
eduardo.klaue@klaueconsulting.com.br
