Coluna do Editor 02/06/2020
História
“Historicamente, o conselho de ética se esconderam atrás de uma cortina de fumaça atrás da justiça cível ou criminal”. A frase foi dita pelo vereador Marcos Zanetti, em entrevista a Batista Franco no Papo Franco da Rádio União (AM 900). Esta entrevista marcou o início da fala do presidente da Câmara de Toledo, Antônio Zóio, na semana passada, a primeira após o desentendimento e troca de ‘barrigadas’ entre ambos numa reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, presidido por Zanetti.
‘Saia justa’
Na opinião de Zóio, a entrevista deixou os outros vereadores em ‘saia justa’ e que Zanetti teria insinuado que o Judiciário também ficaria em descrédito. O presidente da Câmara lamentou o ocorrido na última reunião do Conselho de Ética e afirmou ter ido apenas buscar seus direitos ao cobrar apenas que o presidente do Conselho fosse imparcial.
Direito
Sobre a parte onde o presidente da Câmara reclama sobre ter tido seu direito de falar cerceado, não é bem assim, pois Zóio foi avisado – várias vezes – que falaria a seguir, sem ser interrompido. Mas como cada um tem sua própria verdade…
Jeito de ser
Zóio disse ter sido agredido e reiterou apenas ter cobrado a imparcialidade de Zanetti. Afirmou ainda que a voz alta é seu jeito nordestino de ser e que não quer faltar o respeito com ninguém. “Jamais esperava nesta Casa de Leis um momento como esse” e jamais ser agredido enquanto vereador por quem não aguentou ser cobrado.
Só barrigadas
Zóio realmente tem razão em afirmar não ter erguido a mão, até porque só acertou umas barrigadas de volta em Zanetti, que o empurrou primeiro. É igual aquela briga de piá pançudo na escola, onde o jogo de empurra é recheado de gritaria. A diferença é que a Câmara de Vereadores não é o pátio da escola.
Confiança
O presidente da Câmara diz ter tomado as providências legais e que confia na Justiça “que faz seu papel muito bem feito”. E acredita que esta situação seja resolvida.
Descrédito
A líder de Governo, vereadora Janice Salvador, como boa professora que é, aproveitou para dar um ‘pito’ na turma. Classificou o episódio como “lamentável” e que isso prejudica não apenas o debate, mas macula a imagem da Câmara junto à comunidade. Reconheceu que todos erram por vários motivos, mas que fica preocupada quando o erro é premeditado e planejado.
Responsabilidade
“Muitas vezes, em diferentes momentos, precisamos trabalhar um pouco mais a ética e o modo como cada vereador se relaciona com o outro e com a própria comunidade”, disparou Janice, acrescentando ainda a necessidade de todos dentro da Câmara terem maior responsabilidade. “Nenhum de nós está isento do que estamos promovendo”, resumiu.
100%
Leandro Moura concordou 100% com o que Janice falou e disse que “pessoas que usam da má política, da politicagem ou do faz de conta e conseguem êxito posando como as pessoas que estão preocupadas com o coletivo” o preocupa. Moura comentou ainda que foi uma situação lamentável e que contribui com o descrédito da classe política de um modo geral.
Trabalho
Na visão do vereador, o incidente que não deve comprometer o “bom trabalho” que o Conselho vem realizando. Bom até pode ser vereador Leandro Moura, mas de impacto nulo perante a comunidade aqui fora.
Desculpas
Como já era esperado, Marcos Zanetti na sequência pediu desculpas pelo acontecido. “Não me orgulho do que aconteceu, mas ainda não está liberto o coração para dizer que me arrependo” e citou o juramento enquanto vereador que precisa se manter em todos os momentos do mandato. “Se eventualmente incorrer em algum erro que eu seja punido”, afirmou.
Fera ferida…
O presidente do Conselho de Ética alegou ter sido “ferido na honra” e que não poderia ficar calado. “Tenho plena convicção de ter cumprido o Regimento Interno. O vereador Zóio mente quando diz que eu desferi um tapa em sua cara. Isso não aconteceu”. Zanetti comentou ainda ter aguentado deboches por quase 40 minutos, mas não suportou o fato de ter o dedo apontado em direção ao seu rosto e que se sentiu na obrigação de fazer cessar este gesto.
Cada um é cada um
Sobre a alegação de Zóio sobre a Justiça, Zanetti ressaltou que a Justiça não julga decoro parlamentar e que alguns processos precisam do desfecho na Justiça, outros apenas a atitude já serve. Além disso, o presidente do Conselho de Ética disse já ter encaminhado o expediente necessário pedindo o impedimento em relação a este processo.
Desanima
Quem também comentou o episódio foi Vagner Delabio. Para ele é desanimador e afirmou ter passado por situação semelhante quando Zóio o provocou e foi até a porta do gabinete xingando o assessor de Delabio. “Mentira não pode ter. é preciso ser honesto. As pessoas precisam voltar a acreditar nos políticos”, emendou Delabio, que já ocupou a presidência do Conselho de Ética.
Mentiras
Como se não bastasse, Vagner Delabio garantiu que o atual presidente da Câmara mentiu descaradamente sobre o episódio da votação e sobre o tal tapa na cara que, também de acordo com Delabio, não existiu.