200 anos do ‘brado retumbante’

“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas; De um povo heróico o brado retumbante, E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da pátria nesse instante”, qual brasileiro não conhece, ao menos, essa estrofe? O Hino Nacional é um dos mais famosos símbolos nacionais do país. Ele não está completando 200 anos, mas o ‘brado retumbante’, sim. É o bicentenário da independência.

Na data de 7 de setembro de 1822, ocorreu o grande marco: o grito da independência que foi realizado por Pedro de Alcântara (Dom Pedro I durante o Primeiro Reinado). E às margens do Rio Ipiranga foi declarada a independência do Brasil.

Em 1822, o jovem país possuía uma economia tímida, basicamente rural, com regime escravista, uma sociedade pouco alfabetizada, elevadas taxas de mortalidade e baixa expectativa de vida. A estimativa para a época é que o Brasil tivesse aproximadamente 5 milhões de habitantes e apenas 10% de população urbana.

Em 2022, o cenário é muito diferente. Em 200 anos, a população ultrapassa os 200 milhões de habitantes. A economia, que antes era exclusivamente agrícola, hoje, segue também com expressiva participação industrial. Ainda existe a luta para combater o analfabetismo funcional, mas o ensino avançou significativamente, com mentes brilhantes, inovadoras e a frente do seu tempo.

Com economia, ensino e condições para um cotidiano saudável, a expectativa de vida passou de 25 anos – no início do século 19 – para 75 anos em 2019. Em 200 anos, o tempo médio de vida triplicou. Essa longevidade da população reflete em produtividade e, consequentemente, na economia. As taxas de natalidade também sofreram alterações e as famílias ganharam mais pluralidade.

Logicamente que os avanços têm reflexos. É preciso avançar economicamente, permitir que a sociedade tenha qualidade de vida e isso sem degradar o meio ambiente. Acesso ao ensino é um direito de todos e as novas gerações precisam entender, ter interesse e aprender a importância do ensino. Viver mais é bom, mas é preciso viver com qualidade, ter condições para isso. Essa mão de obra, que tanto contribui para a economia, um dia vai precisar de descanso e o amparo deve estar garantido.

Esses 200 anos é um marco para reflexão. É mais centenário que encerra com mudanças imagináveis, afinal, os reflexos da pandemia de Covid-19 irão perdurar, deixar suas marcas. O mesmo ocorreu em 1922 – no primeiro centenário do Brasil – com toda a devastação causada pela gripe espanhola. A recordação desse fato permite estabelecer um paralelo e concretiza a veracidade de que o homem se refaz, se reinventa, e que deve celebra o 7 de setembro com o anseio de querer mais.

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