A arte das palavras

Há muitas formas de fazer arte. Dança, música, teatro, pintura são algumas das formas de expressar a beleza do sentimento, do abstrato, do intangível. Há quem prefira expressar a arte através das palavras. Ah, sim, letra após letra até a formação de uma frase e, frase após frase a formação de um texto. Escrito assim é muito simplista a definição do milagre que escritores e escritoras conseguem produzir ao longo do tempo.

Ah, claro, a expressão da arte começou muito antes da escrita, algo que ganhou corpo mesmo após Gutemberg desenvolver o sistema gráfico que teve um papel fundamental no desenvolvimento da revolução científica através da prensa mecânica, o que lançou as bases materiais para a moderna economia baseada no conhecimento e a disseminação em massa da aprendizagem.

Essa ‘popularização’ da escrita criou uma nova forma de arte para quem se arrisca a fazer forma através de palavras, algo nem sempre fácil e que nós, jornalistas, enfrentamos diariamente nessa árdua tarefa de levar a informação através apenas de palavras. Contadores de fragmentos de uma história contada diariamente.

Mas há quem ultrapasse os limites da mesmice e do cotidiano. Há quem faça transcender a beleza da alma através de textos poéticos ou então em peças de ficção que levam o leitor a voar na imaginação. E talvez aí esteja a alma de um bom texto: quando o leitor é levado a se desprender de sua própria realidade para se conectar com um mundo feito apenas de letras.

Letras que dançam, cantam e encantam no vai e vem da pena, ou melhor, agora no ritmo do teclado dos computadores que facilitaram a vida de quem escreve, mas que ainda não conseguem representar a emoção de quem comanda a máquina. Letras que vão e vem num ritmo alucinante e alucinado de quem escreve com o coração e sonha com a emoção de quem mais tarde se transformará apenas em leitor. Letras que parecem não ter fim, mas que um dia acabam porque foram criadas para ter começo, meio e…e quem sabe uma sequência, uma trilogia, um recomeço talvez?

Ah, sim, é possível recomeçar e escrever ainda melhor, fazer um texto mais refinado. Quem sabe até mudar o tom do texto. Quem sabe escrever apenas aquilo que o coração manda e os dedos obedecem. Ou desobedecem? Vai saber, parece às vezes que as letras têm vida própria. E quem disse que não têm?

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