A briga pelo PSD
De uns tempos para cá um dos assuntos mais comentados no mundo da política em Toledo é a ida do prefeito Beto Lunitti para as fileiras do PSD, partido do governador Carlos Massa Ratinho Junior. Esta semana mais dois capítulos dessa novela foram escritos. O primeiro com a visita do prefeito ao governador em Curitiba; o segundo a reunião com a presença de integrantes dos dois lados, que resultou num sonoro não ao pedido de Lunitti para se filiar no partido. Alguns dão como certa a interferência da cúpula estadual, forçando a barra, arrombando porta e janela para o prefeito e parte de seus seguidores se acomodarem melhor no campo movediço da política pré-campanha.
Mas o que realmente estaria em jogo?
Um dos motivos é que, do total de 28 partidos e federações que disputaram as eleições em 2022, somente 12 conseguiram atingir a cláusula de desempenho estabelecida pela Emenda Constitucional 97 de 2017. Essas 12 legendas serão as únicas habilitadas a receber financiamento do Fundo Partidário e a utilizar o tempo de propaganda gratuita em rádio e televisão durante os próximos quatro anos, de acordo com o balanço divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
As federações PT/PCdoB/PV, PSDB/Cidadania e Psol/Rede, assim como os partidos MDB, PDT, PL, Podemos, PP, PSB, PSD, Republicanos e União conseguiram alcançar a cláusula de barreira.
Dos 16 partidos que não conseguiram atingir a meta, sete até conseguiram eleger deputados federais, mas o número não foi suficiente para cumprir o critério estipulado pela legislação. São eles: Avante, PSC, Solidariedade, Patriota, PTB, Novo e Pros. Os demais partidos, a saber, Agir, DC, PCB, PCO, PMB, PMN, PRTB, PSTU e UP, sequer tiveram parlamentares eleitos.
A Emenda Constitucional 97 estabelece que somente os partidos políticos que atingirem um dos seguintes critérios de desempenho terão acesso aos recursos do Fundo Partidário e à propaganda gratuita em rádio e televisão.
A briga não é pelo PSD em si, mas no que ele representa dentro da disputa eleitoral do próximo ano e, claro, de 2026, quando haverá a disputa para os demais cargos, tanto no Executivo quanto no Legislativo. O governador pensa em criar uma grande rede de apoio à sua candidatura, seja para qual cargo for, e isso passa necessariamente por eleger a maioria dos prefeitos do seu lado. Nem que isso signifique romper barreiras de qualquer maneira.