Como estamos na época da Páscoa, poderia se escrever sobre a fé, o que representa esse momento para os cristãos, enfim, abordar diversos aspectos de um período no qual as pessoas nem sempre têm a exata noção do que a verdadeira Páscoa representa. Uma coisa, entretanto, é inegável: esse é um período de comprar e receber muito chocolate. Os ovos de chocolate são uma tradição e a cada ano surgem novas opções, porém, o chocolate em si segue sendo rigorosamente o mesmo.
Assim também parece ser a doçura da política brasileira, onde, a cada nova eleição, surgem discursos inflamados sobre a necessidade de mudança, de renovação, de troca, entre outras verborragias que apontam para a esperança sendo renovada, como fosse o Brasil ser recriado do dia para a noite.
Passado o período eleitoral, eis que a taxa de renovação dos poderes é pífia, afinal, muitos falam, mas poucos se atrevem a submeter seus nomes ao escrutínio do eleitor, assim como também muitos dos que se aventuram acabam caindo nas mesmas ‘armadilhas’, acabam sendo mais do mesmo.
É aí que vem a comparação entre o chocolate e a política, afinal, muitos são os lançamentos de novas linhas, de novos produtos que buscam ‘fisgar’ o consumidor pelo sabor diferenciado, por ser menos calórico, por ser novidade ou trazer o brinquedo da moda. Muitos produtos chegam prometendo ser a maior surpresa, mas acabam sendo ou uma grande decepção ou deixando na boca aquele sabor de Déjà vu. No fundo todos são feitos de cacau, ou seja, de chocolate. Cascas diferentes para o mesmo produto. De vez em quando até surge algo realmente diferente e assim permanece até surgir outro.
Na política não deixa de ser o mesmo: existem as exceções. Mas são apenas isso: exceções diante de uma regra onde se fala tanto em mudança, em novos tempos, mas que na prática são mantidas velhas táticas, como tem se visto aliás nos últimos dias em Toledo, com oferecimento escancarado de cargos públicos, trocas de partidos, exigências absurdas como a saída de pré-candidatos de partidos, entre outras manobras que mostram ter, os políticos em geral, no fundo a mesma essência adocicada.
