A eleição do Conselho

Um dos mais atuantes conselhos municipais em Toledo enfrenta uma crise. A última eleição do Conselho do Meio Ambiente colocou em xeque a isenção que sempre norteou a atuação do órgão. A escolha de Renato Tratch para a presidência é, de certa forma, a comprovação do quanto a atual administração do prefeito Beto Lunitti tem estendido os ‘tentáculos’ a fim de aniquilar qualquer sinal de resistência sobre as ações realizadas à frente da Prefeitura de Toledo. Assim foi quando da extinção de importantes secretarias sem a menor resistência dos respectivos conselhos; assim já havia sido na gestão anterior.

Mas a questão é que o Conselho do Meio Ambiente sempre resistiu porque havia uma gestão que priorizava a paridade entre poder público e sociedade organizada, algo que foi sumariamente ignorada na última votação, feita soba pressão de assessores jurídicos da Prefeitura de Toledo para acabar com a gestão democrática e a eleição de uma diretoria ligada pelo cordão umbilical com a Prefeitura.

Não se questiona a idoneidade dos eleitos, pessoas de extrema capacidade. Questiona-se a forma como o processo foi conduzido, a omissão de determinados setores que aceitaram a decisão e ainda a falta de paridade entre os dois lados da balança.

Pode ser apenas coincidência, mas há dois aspectos a serem considerados nessa eleição.

O primeiro é o fundo do Conselho do Meio Ambiente, de longe um dos mais robustos. Robustez criada justamente pela gestão eficaz do órgão, feita com seriedade, responsabilidade e transparência. O envolvimento de várias partes da sociedade sempre fez com que seu funcionamento fosse um dos melhores quando se trata de organizações como essa.

O segundo ponto é a resistência do Conselho do Meio Ambiente na aprovação de determinados projetos que ferem a questão técnica. Esse aspecto sempre foi muito bem conduzido dentro do órgão, evitando o crescimento desordenado, o surgimento de espaços irregulares, etc. Mesmo assim a cidade tem problemas com isso e o JORNAL DO OESTE ao longo dos últimos anos tem demonstrado com frequência a ocupação irregular, em especial no interior, com a formação de condomínios sob vistas grossas das administrações.

A eleição do Conselho do Meio Ambiente precisa ser analisada com cautela e, estando tudo em ordem, essa gestão ser ainda mais cautelosa para que nenhuma ação possa gerar problemas ainda maiores que apenas uma suspeita.

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