A Espanha dá exemplo
Há um mês e quatro dias peso na Espanha, Daniel Alves vê sua situação se complicar cada vez mais. Após mudar sua versão dos fatos várias vezes, esta semana o jogador recebeu um duro golpe quando a Justiça da Espanha decidiu sobre o recurso da defesa: o jogador vai continuar preso até o fim das investigações do caso em que é acusado de agressão sexual. A definição da Audiência Provincial de Barcelona foi divulgada nesta terça-feira (21).
A alegação que prevaleceu foi o risco de fuga de Daniel da Espanha para o Brasil. Além disso, há inúmeros indícios de que o brasileiro cometeu mesmo o crime de estupro, como vídeos da boate Sutton, onde ocorreu o episódio, e exames de DNA.
São mencionadas outras testemunhas, como funcionários da casa noturna, além de uma amiga e uma prima da mulher que acusa o jogador. O documento também cita que existem indícios coletados pela polícia na análise do banheiro em que Daniel Alves esteve por 16 minutos com a denunciante, além de citar os exames de corpo de delito e de DNA, que mostram material genético do brasileiro no corpo da denunciante.
A decisão desagradou a defesa do brasileiro, que desejava que ele ficasse em liberdade até o fim do processo, algo bastante comum entre jogadores acusados deste tipo de crime em várias partes do mundo.
Por aqui, no Brasil tropical, o técnico Cuca segue trabalhando; Robinho dá suas ‘pedaladas’ no futebol de areia ou no futevôlei e até chegou a ser especulado para atuar no Londrina. Há vários outros jogadores que ao longo de sua trajetória como profissionais se envolveram em polêmicas muito semelhantes, alguns deles condenados pela Justiça, mas que nunca passaram um minuto sequer atrás das grades para pagar pelo crime cometido.
A Espanha, após tantos casos semelhantes, com destaque para um estupro coletivo em 2016 que ficou conhecido como ‘La Manada’, hoje dá exemplo com mudanças efetuadas no fim do ano passado com a aprovação do projeto conhecido como a lei “Só sim é sim”, quando todos os atos sexuais não consensuais passaram a ser considerados violência. A nova lei se baseia na ideia de que crimes sexuais devem ser tipificados com base no consentimento da vítima e não em outros elementos. A agressão sexual precisa ser não apenas combatida, mas principalmente punida de maneira exemplar, além de se oferecer o suporte necessário à vítima. Enquanto na Espanha se dá exemplo, em Toledo a Secretaria de Políticas para Mulheres foi extinta. Olé!