A falta de imunização

O Ministério da Saúde promoveu um dia de combate ao sarampo. A data foi nomeada como Dia S e visou promover uma busca ativa a pessoas com suspeita da doença. Uma ação para inibir a circulação o vírus no país. A união de esforços do setor da saúde contra um retrocesso.

O Brasil, em 2016, recebeu o certificado de eliminação do sarampo da Organização Mundial da Saúde (OMS). Foi um importante avanço. Esse ato de ‘eliminar’ uma doença infantil contagiosa e grave foi uma vitória, foi reflexo de trabalho de conscientização, de vacinação, de acreditar na imunização.

A ‘tranquilidade’ durou pouco. Dois anos depois, em 2018, o vírus voltou a circular no país. A vacinação nunca deixou de acontecer: a tríplice viral – aquela que protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola – é gratuita e faz parte do Calendário Nacional de Vacinação do SUS. Neste período faltou vacina ou faltou ir vacinar?

A situação vem piorando desde 2015 – ano em que o país passou a apontar queda da cobertura vacinal de todas as vacinas. Uma triste realidade. Ver crianças sofrendo e morrendo por uma doença que pode ser evitada, que tem vacina que não é uma novidade, que não está em fase de testes e que apresentou 97% de eficácia contra a infecção.

Infelizmente, a taxa de quase 100% de proteção não foi suficiente para conscientizar a importância da vacina e fez com a doença tivesse 40 mil casos no Brasil entre 2018 e 2021. A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) tenta entender as causas da redução pela imunização.

O crescimento do movimento antivacinista é um dos principais motivos da falta de coberta apresentado pela Sociedade Brasileira de Imunizações. Além disso, existe a falha na comunicação, a falta de informação, a falta de conscientização e interesse em levar para vacinar, a descrença na eficácia, entre outras possíveis justificativas.

Será que as justificativas pela escolha de não imunizar valem os riscos? Quando uma família opta por não vacinar não é somente aquela criança que está em risco, envolve o coletivo, a comunidade. O esquema vacinal tem um calendário para ser seguido, que não deve ter brechas para não interferir na prevenção e saúde coletiva.

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