A insegurança no campo
Está prevista para este sábado (26), em Guaíra, uma grande mobilização pelas recentes invasões de terras não apenas em Guaíra, mas também em Terra Roxa. A ideia é protestar contra o momento que os agricultores vivem em função da insegurança jurídica e da insegurança de suas famílias e colaboradores nas propriedades rurais. O temor – real – reside na possibilidade de aquisições de terras para destinar aos povos que invadiram essas propriedades rurais por parte da Itaipu Binacional, algo que vem sendo ventilado há algum tempo.
Não deveria ser papel da Itaipu comprar terras para a implantação de reservas indígenas, ainda mais numa das regiões mais produtivas do país e onde a questão da legalização das terras há tempos estava resolvida. Mas aí chegam as decisões autoritárias do Supremo Tribunal Federal, as quais reabrem feridas, expõem cicatrizes e acentuam o acirramento de uma briga ideológica que está levando o país à bancarrota em todos os sentidos.
Outra preocupação é com a eventual falta de controle sanitário, hoje a base para a exportação ao mundo inteiro da produção paranaense de proteína animal. O setor gera mais de 100 mil empregos na Região Oeste do Paraná e essas aquisições poderão colocar em risco todo processo produtivo, afinal, caso seja implantada uma ou mais reservas – como parece ser a ideia original – fazendas próximas poderiam sofrer com o sistema de produção adotado nestes espaços que, seguindo os exemplos de outras reservas, é primário em vários sentidos.
A Associação Conservadora da Direita de Toledo-Paraná está organizando uma grande caravana e somar força em Guaíra. O objetivo é mostrar a indignação e força do agronegócio e da sociedade como um todo, até porque hoje são propriedades rurais, mas amanhã poderão ser residências ou espaços públicos. Exagero? Quando propriedades legalizadas, numa das regiões mais importantes do agronegócio brasileiro são invadidas sem a devida reação por parte das autoridades, é motivo de extrema preocupação.