A saúde mental e seus desafios
Março de 2020 foi um divisor de águas em relação a saúde mental. O assunto virou pauta permanente. Mesmo sendo amplamente abordado, ainda existe a luta para que a saúde mental receba a atenção adequada, não fica apenas nas discussões, ou seja, parte para a prática.
Ter saúde mental, para muitos, pode significar estar apto e com estrutura para administrar os desafios da vida. A questão é quando a pessoa não consegue administrar esses desafios, não se sente com força para encarar determinados conflitos internos, não consegue lutar contra o medo, a angustia, as crises de pânico e continua a acreditar que precisa fazer tudo isso sozinha.
Não conseguir resolver todos os conflitos internos, não conseguir controlar os sentimentos, não conseguir superar os medos, as angustias não é sinônimo de fraqueza, não é indicativo de fracasso. Mas como reforçar que é preciso buscar ajuda profissional quando parte da sociedade ainda acredita que essa falta de controle é fracasso?
Tirar a estigmatização das chamadas doenças mentais é um passo. Durante muito tempo a doença mental era associada a apenas aos casos mais graves, situações de ‘loucura’. Com os avanços da medicina e os olhares mais empáticos, o cenário passou a mudar e situações que antes, por inúmeras vezes, eram chamadas de frescura, hoje, são doenças com diagnóstico, com tratamento e com cura.
A conscientização sobre a saúde mental é de extrema importância. Estimular alguém a procurar ajuda profissional e aceitar que o tratamento é algo necessário pode salvar uma vida. Quando existe esse reconhecimento pele necessidade de buscar apoio é o início do processo, é a oportunidade de reverter os quadros, é a saúde mental em pauta e de maneira prática.
Se antes esses problemas eram vistos como pessoais, já faz algum tempo, que eles viraram problemas de saúde pública. Doenças que mobilizam setores da sociedade para que falem, para que ajam em prol dos cuidado na saúde mental.
Para todos os envolvidos, é um desafio. É um desafio aquela pessoa que foi vista como a mais forte, reconhecer que precisa ajuda – superar essa imagem de que é inabalável. Também é desafiador as políticas públicas conscientiza, mobilizar e também prover o atendimento especializada com a agilidade necessária. É um desafio que precisa ser cada vez mais encarado, para que sejam evitadas perdas irreversíveis e para que se tenha mais qualidade de vida.