Adeus também foi feito pra se dizer

O refrão da música composta por Guilherme Arantes resume bem a despedida do casal Marcelo Grondin e Moema Viezzer, que dentro de mais alguns dias embarcarão rumo ao Canadá, terra natal de Marcelo e, quem sabe, seu último destino. Pode até parecer uma daquelas histórias cinematográficas, dignas de um roteiro para Oscar. Quem sabe um dia a história deste casal, junto há 46 anos, não se transforme num filme, afinal, ambos têm muitas histórias para contar.

Atravessaram vários países, conheceram muitas realidades, se apaixonaram, tiveram filhos, construíram raízes sólidas em Toledo e agora, na reta final da vida, o desejo em retornar à terra natal para uma última jornada falou mais alto. Talvez seja o coração latino batendo em meio à razão anglo-saxônica. Talvez seja o ‘banzo’, tão comum entre os escravos trazidos da África nos tempos do Império. Talvez seja apenas o desejo de um homem velho, mas dono de uma sabedoria inimaginável nos tempos modernos. Um velho dinossauro que prefere esperar ‘seu cometa’ ao lado da eterna companheira num local que talvez ainda precise conhecer melhor após tantos anos de dedicação ao povo latino.

E ela, ah Moema, uma apaixonada pela vida, pela arte, pela cultura…mas acima de tudo por Marcelo. Que história linda de amor desses dois e, não de submissão como pregam as feministas de plantão, mas amor verdadeiro! Ah, sim, ainda existem casais que se apaixonam e vivem anos a fio juntos, construindo uma relação na base do amor, do diálogo, do respeito e da inteligência apenas. E assim parece ter sido construída essa história de décadas. Somente o amor para justificar deixar tudo para trás a essa altura da vida.

Saudade…

A palavra mais brasileira de todas é a única possível para o momento. Sim, porque os dois deixarão muita saudade nos corações de quem os conheceu e até de quem nunca simpatizou com ambos, porque é inegável a contribuição que deram à construção da história de tantos países, mas em especial de Toledo e do Oeste paranaense que escolheram para fincar os pés até hoje, um 2023 que ficará para sempre lembrado como, não a despedida, mas um até breve Marcelo e Moema. Sejam felizes!

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