Ainda há solução?

Há menos de 10 dias um ataque a uma escola em São Paulo chocou o país quando um jovem invadiu o local munido de uma faca e matou uma professora e deixou outras três feridas. Nesta quarta-feira, às vésperas da Páscoa, um maluco invadiu uma creche em Blumenau (SC) e, a golpes de machadinha, matou algumas crianças e deixou outras feridas, entregando-se à Polícia logo em seguida. Aparentemente parece ter sido um desafio de jogos online. Seja lá qual for a motivação, fato é que notícias como essa, infelizmente, estão se tornando corriqueiras. Não apenas no Brasil!

Difícil seguir acreditando no ser humano, na vida, numa salvação quando a sociedade vem desmoronando gradativamente rumo à destruição completa. No caso do Brasil, a perda de valores nas últimas décadas ajuda a explicar, em parte, esse aumento da violência que não se verifica apenas em ataques imbecis como os dois relatados neste texto. O aumento da violência estão nos furtos e roubos seguidos de morte por motivos fúteis, na escalada do uso de drogas, na permissividade das autoridades, no péssimo exemplo dado quando se cria a insegurança jurídica que vem sendo repetitiva no Brasil, entre outros fatos que desestruturam.

Além disso, parece que no pós-pandemia o mundo virou de pernas para o ar. O ser humano perdeu sua razão e o incremento do uso indiscriminado das redes sociais e aparelhos celulares com seus milagrosos aplicativos tornou a sociedade um verdadeiro ‘cada um por si’. Respeito, diálogo, empatia são palavras que aparentemente sumiram do cotidiano das pessoas. Amor ao próximo e solidariedade sucumbiram à ganância e à opinião sem critério e sem respeito pelo que pensa ou sente o outro.

Sim, existem boas pessoas e a pandemia parece ter despertado o que há de melhor e de pior no ser humano, com maior ênfase para a última análise, pois fica cada vez mais difícil acreditar ainda no ser humano e em sua capacidade de viver em sociedade. O Brasil está retornando numa velocidade espantosa aos tempos das cavernas, onde cada indivíduo fazia o possível e o impossível para sobreviver. A luta agora é contra um bando de bestas e feras ávidos por destruir tudo aquilo de bom que ainda resta no mundo.

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