Apagão digital                                    

Nesta terça-feira (6), durante toda a manhã e uma boa parte da tarde, uma parcela considerável de usuários em Toledo ficaram sem acesso à internet. O rompimento de um cabo de fibra ótica provocou não apenas um apaga digital, mas um verdadeiro caos diante da dependência eletrônica nos tempos de hoje. Até para escrever este Editorial não chegava a inspiração necessária. Aparentemente se tem a impressão que fica tão mais cômoda a solução de um problema quando se tem acesso à internet que, quando falta este acesso, o mundo inteiro parece desabar. Porém, se existe solução para um Editorial, certamente há saída para uma pane temporária da internet.

Sim, há inúmeras diferenças entre algumas ações que hoje dependem 100% do tempo do acesso ao mundo digital. Ainda assim é preciso saber distinguir o que é necessidade do que está se tornando uma dependência tresloucada. Há quem se desespere mesmo. De passar mal quando não está conectada, como fosse o mundo paralelo das redes sociais, dos likes e curtidas tudo que importa. O abraço, o ‘olho no olho’, o aperto de mão de nada mais parecem valer. E as novas gerações estão ainda mais dependentes desse metaverso criado naturalmente diante das facilidades da internet, embora haja muitos ‘velhinhos’ igualmente dependentes.

O apagão digital desta terça-feira, claro, trouxe transtornos. E nem poderia ser diferente. Entretanto, também pode ter trazido uma oportunidade para uma reflexão mais ampla sobre a rotina desta sociedade moderna que vem se acostumando cada vez mais a viver cada vez menos em sociedade, como fosse o conforto do sofá e o acesso livre o tempo todo a tudo suficiente para satisfazer todas as necessidades do ser humano.

De vez em quando – e isso se tornará cada vez mais frequente – apagões como o desta terça em Toledo vão acontecer. O que a sociedade não pode é ficar órfã quando isso acontecer, até porque o principal apagão que jamais pode acontecer é o da própria sociedade. Enquanto essa chama que sempre diferenciou a humanidade do restante dos seres vivos seguir acesa, qualquer apagão será pequeno diante da grandiosidade da alma.

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