Armação?

A declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de se tratar uma “armação” do senador Sérgio Moro sobre o plano de uma facção criminosa de sequestro e até mesmo assassinato, como desvendou uma investigação da Polícia Federal, beira não apenas o absurdo, pois ultrapassa longe a fronteira do bom senso que qualquer chefe de nação deveria ter ao comentar um assunto tão sério. Mas se tratando de Lula, seria demais esperar por algo diferente ou cobrar responsabilidade de um cidadão que zomba da inteligência alheia, mas é um campeão de votos.

Seu séquito aplaudiu e houve até quem conseguisse rir da declaração. Turba ignara que aplaude qualquer imbecilidade ou fanfarronice dita ou promovida pelo chefe da nação. Num momento de extrema instabilidade mundial e numa fase onde o país parece patinar, o presidente deveria ter um pouco mais de responsabilidade ao fazer essa declaração, entre outras que corroboram para manter o estado de atrito dentro da sociedade brasileira e que afeta qualquer tentativa de aproximação.

Armação? Moro seria um gênio da lâmpada conseguisse envolver e enganar tantas pessoas ao mesmo tempo, ainda mais tendo como ‘aliado’ uma facção que quando esteve ministro da Justiça fez questão de lhe tirar poder, de enfraquecer uma organização que voltou a ganhar fôlego, assim como outros movimentos que pareciam desaparecidos, como o MST, por exemplo, que comandou invasões e orquestra novos ataques, estes sim, contra a verdadeira democracia.

E se tivesse sido realmente uma armação? Seria o caso então de punir o senador, caso o presidente tivesse provas, algo que não tem, até porque é sua especialidade não ter provas. De nada, tampouco contra si próprio. A ironia utilizada pelo presidente, em seu melhor estilo, foi interpretada por alguns como uma brincadeira. De péssimo gosto e num momento totalmente inoportuno, aumentando a lista de gafes cometidas neste recém iniciado terceiro mandato, deixando muito clara sua posição de que ali ele manda e desmanda, pouco se importando com as consequências de seus atos como chefe de um país que ainda engatinha quando se trata de cidadania, comando e planejamento.

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