As guerras nossas de todos os dias

O mundo passou o fim de semana perplexo com a brutalidade da guerra deflagrada em Israel após um ataque orquestrado do grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza. Uma briga histórica entre lados opostos que jamais chegará ao fim; assim como também está longe do fim o embate entre Ucrânia e Rússia; assim como também o aumento da tensão no Mar da China não será encerrado na Ásia porque, em pleno Século XXI, parece caminhar a humanidade para o tempo da Idade Média ou, como também é conhecida, a Idade das Trevas, o termo pelos humanistas do século XVII, classificando toda a civilização da Europa do século IV ao século XV como um tempo de ruína e flagelo.
O que mudou de lá para cá?
A modernidade das armas!
Ao invés de cavalos e espadas hoje usam-se aviões modernos, drones e blindados capazes de suportar ataques pesadíssimos. Fuzis de longo alcance e armas que sequer necessitam da mão humana, pois são guiadas pela mais alta tecnologia a serviço da imbecilidade, da ganância e da busca desenfreada pelo poder. Ao invés de atirar pedras com catapultas se lançam bombas de alta precisão e de alto poder de destruição, como trazem os noticiários do mundo inteiro. Não se usam mais lanças ou machados, mas sim táticas sórdidas que ceifam milhares de vidas inocentes.
Pior é que a humanidade caminha para novas guerras surgirem, afinal, é a lei mais elementar da física: toda ação gera uma reação. Israel provocou durante o mesmo fim de semana uma ofensiva que destruiu e matou tantos palestinos quanto os ataques palestinos haviam matado israelenses. Olho por olho…
Em outras partes conflitos igualmente perigosos começam a eclodir ou então a tensão entre inimigos históricos a aumentar, o que poderá gerar novos embates, novas carnificinas no futuro. Conflitos históricos, alguns motivados apenas pela dificuldade em se abrir mão de algo, em buscar o bom senso e o diálogo.
E o Brasil? A diferença entre lá e cá é que, ao invés de ‘guerrear’ contra inimigos externos, os brasileiros têm suas próprias guerras de todos os dias. No caso tupiniquim, o inimigo é, talvez, bem mais perigoso que viesse de outro lugar, até porque esse conhece bem as fraquezas da alma nacional.