Atentados. Lá e cá!

No fim de semana o mundo acompanhou e repercutiu o atentado contra o candidato à Presidência nos Estados Unidos Donald Trump, que escapou de tiros disparados contra ele. Outro momento dos mais dramáticos e polarizadores da história política recente do país. Este evento, que resultou em mortes, ferimentos e um choque profundo na sociedade americana, pode ter sido p ápice de anos de retórica incendiária, desinformação e desconfiança nas instituições democráticas promovidas até mesmo pelo então presidente Donald Trump e seus aliados.

No Brasil, observamos um fenômeno similar de acirramento na disputa política. A polarização extrema, exacerbada pelas redes sociais e discursos inflamados de líderes políticos, tem provocado uma divisão profunda na sociedade brasileira. A comparação entre os dois países revela não apenas as semelhanças nos processos de radicalização política, mas também as diferentes manifestações e consequências desses processos em contextos culturais e institucionais distintos.

Pior é perceber que esse tipo de comportamento tem se espalhado com certa naturalidade por outros países. Não se trata de defender que o lado A ou o B cresceram e se fortaleceram. Mas é preciso analisar com cautela sobre aquilo que vem acontecendo mundo afora. Até porque, ne eleição passada no Brasil mortes foram registradas – inclusive no Paraná – por desavenças políticas, assim como o ex-presidente Jair Bolsonato foi vítima de uma facada.

Lá, como cá, o ex-presidente recusou-se a aceitar os resultados das eleições de 2020 e 2022, respectivamente, alegando, sem evidências concretas, que a vitória de Joe Biden havia sido ilegítima, assim como de Lula no Brasil. Esse discurso encontrou eco em uma base de apoiadores fervorosa, que estava disposta a tomar ações extremas em defesa do que consideravam ser uma causa justa.

No Brasil, a eleição de 2018 e a reeleição de 2022 também foram marcadas por uma polarização intensa. O presidente Jair Bolsonaro, assim como Trump, adotou uma retórica agressiva contra seus opositores e as instituições democráticas. Alegações de fraude e ataques ao sistema eleitoral brasileiro, especialmente ao uso das urnas eletrônicas, têm sido um tema recorrente nos discursos de Bolsonaro.

A comparação entre os dois países revela como líderes populistas podem explorar e exacerbar divisões sociais e políticas. Divisões que não levam a lugar algum. A disputa política deve acontecer no período da eleição. Passado o pleito é preciso descer do palanque e tentar recuperar o espaço perdido dentro de uma conduta menos agressiva e mais inteligente. Tanto lá quanto cá.

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