Bagunçou geral!
“Não atirei em ninguém. É muita humilhação”. A frase é um capítulo da ‘rendição’ do ex-deputado federal Roberto Jefferson, que cumpria prisão domiciliar por suspeita de envolvimento com uma organização criminosa, apenas mais um exemplo do quanto o Brasil está desequilibrado quando se trata de lideranças. Em todos seus níveis!
Embora estivesse em prisão domiciliar, Jefferson descumpriu várias medidas da prisão domiciliar, como passar orientações a dirigentes do PTB, usar as redes sociais, receber visitas, conceder entrevista e compartilhar fake news que atingem a honra e a segurança do STF e seus ministros, como ao ofender a ministra Cármem Lúcia. Ah, claro, isso sem se lançar candidato à Presidência da República.
Por causa de todos estes descumprimentos, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, revogou a prisão domiciliar e determinou sua volta ao regime fechado. A Polícia Federal foi cumprir a ordem de prisão e foi atacada por Roberto Jefferson com granadas e fuzil — mesmo que ele não tenha direito de portar arma de fogo. Dois agentes foram feridos. A PF revidou após o ataque, mas não invadiu a casa do ex-deputado que tentou passar a imagem de um mártir.
Um mártir bem enrolado quando o assunto é a corrupção. Delator do mensalão, Roberto Jefferson é a síntese perfeita de uma boa parte da classe política nacional e que nos leva a situações esdrúxulas sob todos os pontos, como essa ocorrida no último domingo.
O Brasil parece ter virado uma terra sem lei, justamente pela falta de lideranças com espírito de estadistas e não com espíritos ‘umbiguistas’. A nação deveria estar acima dos interesses pessoais, entretanto, na prática do cotidiano é o caminho inverso o tomado pela maioria, colocando em xeque o poder das instituições e dando poder a pessoas que o utilizam sem o menor escrúpulo.
Roberto Jefferson não é uma vítima. É um vilão travestido de bom moço e que agora tenta ludibriar uma vez mais uma sociedade cuja visão está turva, ora para a esquerda, ora para a direita, tal qual uma nau à deriva. O leme está solto e no domingo a sociedade brasileira tem mais uma oportunidade de retomá-lo.