Balança recorde

Impulsionada pela safra recorde de soja e pela queda das importações, a balança comercial encerrou 2023 com superávit recorde de US$ 98,839 bilhões, divulgou nesta sexta-feira (5), em Brasília, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O resultado representa alta de 60,6% sobre 2022, pelo critério da média diária, e é o maior desde o início da série histórica em 1989. As informações são da Agência Brasil.

No ano passado, as exportações bateram recorde, enquanto as importações recuaram. Em 2023, o Brasil vendeu US$ 339,673 bilhões para o exterior, alta de 1,7% em relação a 2022. As compras do exterior somaram US$ 240,835 bilhões, recuo de 11,7% na mesma comparação.

Apenas em dezembro, a balança comercial registrou superávit de US$ 9,36 bilhões. O valor também é recorde para o mês, com alta de 127,1% sobre o mesmo mês de 2022 pelo critério da média diária, que minimiza a diferença de dias úteis entre meses iguais de um ano e outro.

As exportações totalizaram US$ 28,839 bilhões no mês passado, com aumento de 2,1% em relação a dezembro de 2022 pela média diária. As importações somaram US$ 19,479 bilhões, com queda de 11,3%, também pela média diária.

O resultado superou as previsões do mercado. Segundo o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central (BC), as instituições financeiras estimavam superávit comercial de US$ 81,3 bilhões para o ano passado.

Motivo para comemorar? Sim e não!

Sim, afinal, quando a economia dá sinais de recuperação é porque medidas foram tomadas de maneira a tornar o mercado mais ágil e a economia aquecida. Não porque muitas dessas medidas estão sendo atiradas no lixo pelo atual governo que não enxerga os benefícios e pensa apenas em como gastar o dinheiro e tentar zerar um déficit que em apenas um ano chegou a quase R$ 170 bilhões.

Outro motivo para não se comemorar é que parte desse dinheiro veio de benefícios sociais, inflacionados diante da pressão política e da disputa eleitoral. É um dinheiro ‘não produzido’ e apenas distribuído. A balança foi recorde em 2023, mas não deverá se manter assim em 2024 se decisões importantes do passado forem ignoradas por completo, como aconteceu sistematicamente ao longo de 2023.

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