Cada um no seu quadrado
Devido ao aumento de pessoas com sintomas de Dengue, a Secretaria de Saúde anunciou a ampliação dos serviços de acolhimento aos pacientes com suspeitas da doença. A Unidade Sentinela, já neste sábado (16), contará com atendimentos das 7h às 19h, além de horários estendidos nas Unidades Básicas de Saúde dos Jardins Panorama, Concórdia e Cosmos até às 21h a partir da próxima segunda-feira (18).
Diante do caos no qual se transformou, tanto o Mini-hospital quanto a UPA, e diante da forma como a atual gestão tem encarado essa questão da dengue, seria normal esperar por uma decisão como essa que busca diminuir a concentração de pessoas nas unidades de urgência e emergência. Não vai resolver o problema, afinal, não se está atacando a fonte, que é justamente a falta de conscientização das pessoas em relação ao problema da dengue. Só trocar o responsável pelo setor também não irá resolver.
A forma como está sendo feito o trabalho está levando à exaustão centenas de servidores públicos, mais ou menos como aconteceu na pandemia da covid-19. E, tal qual em 2020, mais uma vez cabe à população fazer a sua parte, num grau de sacrifício menor se comparado ao tempo da covid, mas igualmente necessário.
Não adianta jogar a culpa apenas nos ombros do poder público quando, na verdade, a maior responsável por esta epidemia é a própria sociedade. Quando, no caso a Prefeitura de Toledo limpa um terreno e multa o proprietário e depois alguém joga lixo e deixa ambientes propícios para o mosquito se proliferar, de quem é a culpa? Quando a Prefeitura de Toledo alerta sobre os cuidados a serem tomados e agentes de saúde encontram quintais recheados de larvas do mosquito transmissor da dengue, de quem é a culpa?
Pode até haver falhas na condução de todo esse processo, entretanto, não se pode acusar a atual gestão de omissão em relação ao caso. Aquilo que a Secretaria de Saúde pensa ser o correto está sendo feito, porém, não está havendo contrapartida do lado de cá, que insiste em não ter o devido cuidado para reduzir não apenas o número de casos ou internações, mas até mesmo de mortes que, sim, podem acontecer.