Câmara mais próxima. Ainda

A eleição, na semana passada, da nova Mesa Executiva da Câmara Municipal de Toledo reforçou apenas a proximidade entre Executivo e Legislativo. Embora os poderes sejam independentes, na prática o que se tem assistido – e não de hoje – é uma relação quase de subserviência entre os vereadores e o ocupante da principal cadeira do Centro Cívico Tancredo Neves. E essa imagem ficou mais reforçada ainda graças à composição da Mesa.

O novo presidente, vereador Dudu Barbosa, é o atual líder do Governo do prefeito Beto Lunitti. Ao seu lado, Valdomiro Bozó, Genivaldo de Jesus e Geraldo Wesheimer, todos da ‘tropa de choque’ do prefeito. Tem ainda Valtencir Careca que, em teoria, seria de oposição. Em teoria apenas. O indicativo é que nos próximos dois anos a vida do prefeito em votações mais polêmicas não seja assim tão complicada. Em teoria apenas.

Isso porque, na prática, a relação entre os vereadores e o prefeito nem sempre seja tão amigável quanto aparenta. Prova disso são as mudanças promovidas dentro do quadro dos cargos comissionados nesta reta final de 2022 e a expectativa do que pode acontecer na largada de 2023, isso porque existe a necessidade de acomodações para determinados resultados e a escolha da Câmara é apenas mais um exemplo disso.

Dudu Barbosa não venceu apenas por si próprio. Venceu porque teve o apoio fundamental – ainda que extraoficial – da força da máquina da Prefeitura. As conversas de bastidores antes da votação foram tensas, demoradas, mas exitosas diante daquilo que pretendia o prefeito. E tudo dentro da normalidade da política nacional que tem demonstrado ser assim também na Assembleia Legislativa e no Congresso Nacional. Basta observar as mais recentes decisões tomadas em Brasília, tudo para alegrar o próximo presidente que tomará posse em janeiro. Na terra da gralha azul não é diferente, com aumento da máquina pública e de impostos sem o menor constrangimento.

E a oposição. Ao menos em Toledo é preciso reconhecer a postura até certo ponto corajosa da bancada do Progressistas que, sendo a maior dentro da Câmara – com 5 vereadores – manteve-se unida em torno do nome de Jozimar Polasso, angariando ainda o nome de Valdir Rossetto, que manteve sua palavra até o fim. Resta agora saber como será o biênio sob o comando de Dudu Barbosa e para isso será preciso manter a atenção sobre o Legislativo, algo que na reta final de 2022 aconteceu. E precisa seguir acontecendo!

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