De uns tempos para cá, Toledo vive um momento de fortíssima expansão imobiliária. Mas, além da verticalização, a cidade ganhou vários loteamentos em suas margens, cada dia mais ampliadas…e ampliadas…e ampliadas. Se por um lado essa tendência dá às pessoas mais opções para a compra de um terreno e construção de uma casa, por outro traz determinadas preocupações que parecem não ser uma prioridade no momento. Novos bairros exigem velhas necessidades, como a construção de escolas, unidades de saúde, entre outros aparelhos nas chamadas áreas institucionais, motivo de discórdia entre os empresários do setor que enxergam um certo exagero nas exigências feitas por parte da Prefeitura de Toledo.
Fato é que, uma cidade muito espalhada é ruim para qualquer gestão, pois as distâncias começam a ficar muito maiores e as necessidades também. Há que se considerar que, pela distribuição geográfica de Toledo, em algum momento essa expansão deverá se reduzir, haja vista a própria formação dos distritos, entretanto, com a criação do Biopark existe uma tendência de crescimento para aquela região, o que obrigatoriamente irá demandar por parte do poder público investimentos pesados para a melhoria da infraestrutura pública de atendimento à população.
Além do impacto geográfico, é preciso levar em consideração o impacto econômico e social que essa ‘cidade espalhada’ pode trazer. Novas estruturas exigem mais servidores…mais servidores implica em mais gastos públicos…mais gastos públicos implica em redução de investimentos ou aumento de impostos. Como no Brasil geralmente a conta é paga apenas pela última opção…
Há ainda o impacto social com a formação de bolsões às margens dessas novas áreas de expansão imobiliária. Além disso, se na teoria novos espaços poderiam trazer uma redução no preço dos imóveis ou terrenos, parece não ser este o caso de Toledo, onde os preços seguem subindo, na mesma proporção dos prédios e dos novos loteamentos.
São discussões que precisam ser feitas, mas sob um olhar técnico e não apenas com os interesses políticos eleitoreiros que estão dominando o cenário do planejamento urbano em Toledo de uns tempos para cá, sob pena de um bom planejamento histórico do passado se transformar num desastre futuro.
