Conviver
De acordo com o dicionário, o verbo conviver tem o sentido de “viver em proximidade; ter convivência; ter relações cordiais; dar-se bem. Não poderia ter melhor definição o programa lançado nesta quarta-feira (26) pela Secretaria de Assistência Social da Prefeitura de Toledo com o objetivo de acolher crianças e adolescentes entre 12 e 18 anos que perderam por completo seus laços com as famílias de origem pelos mais variados – e tristes – motivos.
Num momento pós-pandemia, onde as pessoas ainda buscam compreender melhor o que ainda está acontecendo e onde as relações afetuosas parecem ter ficado em segundo plano, nada melhor que buscar restabelecer um mínimo de afeto a pessoas que, ainda no início da vida, deixam de contar com uma das mais importantes organizações de qualquer sociedade: a família.
Embora no Brasil nos últimos anos valores familiares parecem ter ficado em segundo plano, quando não banidos por completo, ainda assim é preciso lembrar da importância da família na formação de qualquer indivíduo. É através do convívio familiar que vai se moldando parte do caráter, da personalidade e se definindo muito daquilo que poderá ser o ser humano no futuro. Quando se perde essa referência o processo de formação, de maturação do indivíduo torna-se muito mais doloroso, difícil e com grande possibilidade de traumas bastante complicados para serem resolvidos mais tarde.
Neste sentido o programa desenvolvido pela Secretaria de Assistência Social precisa ser apoiado. Além disso, busca estabelecer uma parceria entre o poder público e a iniciativa privada, afinal essa responsabilidade precisa ser dividida, até porque nem sempre a estrutura pública consegue suprir todas as necessidades de quem atravessa essa fase, ainda mais se tratando de crianças e adolescentes em formação.
Conviver não se resume em estar ao lado ou oferecer apenas questões econômicas. É muito mais complexo, amplo. O conviver em questão é permitir que esses pequenos indivíduos tenham condições plenas de desenvolvimento, de criação de um ambiente menos nocivo e mais amoroso por assim dizer, onde seja possível preparar cada um deles para os desafios que a vida vai lhes impor daqui por diante. É oferecer uma mão amiga, um suporte decisivo a fim de tornar essas pessoas em cidadãos completos e com maiores chances de sucesso.