Quando a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas começou, talvez a maioria dos brasileiros sequer imaginasse onde esse conflito se desenrola, bem como poderia acreditar que já se foram 12 dias de batalhas que estão se ampliando diante da incapacidade dos povos em chegarem a acordos que remontam os tempos de Jesus Cristo. Mas, com o passar dos dias e o avanço dos conflitos, outras partes do Oriente Médio começam a sentir os efeitos dessa guerra insana, onde não há vencedores, apenas vencidos. Onde a insensatez ultrapassa o bom senso e os pré-conceitos religiosos se tornaram barreiras intransponíveis, como fosse a Bíblia ou o Alcorão um manual de matança e não de amor ao próximo.
Para quem vive em Toledo é de se imaginar que o conflito esteja tão longe que nada afetaria quem vive a centenas de milhares de quilômetros do epicentro dessa batalha. Entretanto, como mostra reportagem na edição desta quarta-feira, os temores da guerra estão bem mais próximos do que se imagina e histórias como a contada hoje são mais comuns do que se imagina. O objetivo do JORNAL DO OESTE não é o de apontar qual dos vários lados envolvidos tem ou não razão, até porque estamos muito distantes para compreender essa triste realidade do outro lado do planeta. Buscamos apenas mostrar uma outra face da guerra. O lado mais afetado: o humano!
Os corações aflitos se espalham também pelo Brasil, incluindo aí Toledo que, ironicamente, tem recebido milhares de pessoas de outros países. Fugitivos de conflitos ou de tragédias naturais. Pessoas que deixaram para trás tudo em busca de uma vida melhor ou então de um local mais tranquilo para sobreviver enquanto disputas são resolvidas na base da força e da destruição total, não apenas de territórios físicos, mas do abatimento moral que qualquer tipo de conflito armado causa nas sociedades onde acontece.
O que se espera é o Brasil seguir sendo esta espécie de ‘porto seguro’ a tantos refugiados de tantas tragédias, até porque, os corações aflitos não escolhem nacionalidade, cor ou crença.
