Decisões estranhas
Esta semana a maioria dos deputados estaduais aprovaram, na Assembleia Legislativa, o projeto encaminhado pelo Governo do Estado que colocam o Paraná com o índice mais alto no que se refere à alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A alíquota modal subiu para 19,5%, além de aumentar também a alíquota da energia elétrica, água mineral, bebida alcóolica e outros itens.
O projeto, que teve oito dias de tramitação, tinha resistência do setor produtivo, que alegou desestímulo à competitividade com a iniciativa. A alíquota modal é a que incide sobre a maior parte dos produtos e serviços comercializados no estado. Antes, o percentual cobrado era de 19%. A mudança para 19,5%, aprovada agora, vale também para prestação de serviços de comunicação. Dos itens que estavam na lista do projeto, só um teve proposta de redução do valor da alíquota: o gás natural, que agora vai de 18% para 12%.
Decisões estranhas de gente esquisita, porque daqui 3 anos esses mesmos personagens estarão nas ruas pedindo votos. Esquisito também é entender como o cidadão comum, prejudicado toda vez que uma decisão como essa é tomada, acaba votando nos mesmos nomes, num caso absurdo de amnésia coletiva que parece dominar a esmagadora maioria do eleitor brasileiro.
Decisões estranhas porque não se pensa no futuro. São decisões imediatas em busca de soluções expressas, sem olhar no longo prazo. Como bem disse o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná, Edson Vasconcellos, quem pensava em investir vai pensar bem, sem mencionar em quem pensava em vir ao Paraná…
Estranho também é observar lideranças de Toledo defendendo o indefensável diante deste aumento inexplicável sob todos os aspectos plausíveis a quem observa diariamente seu poder de compra ir minguando ano após ano diante dos aumentos de taxas e impostos. Inexplicável porque não se observa movimento no sentido contrário, ou seja, de reduzir despesas, cortar gastos, diminuir o peso do estado e suprimir benefícios que só se encontram em geral no serviço público. No Brasil, brasileiro ao qual pertence o Estado do Paraná, as decisões estranhas seguem sendo tomadas, com os cidadãos sendo massacrados e sem se darem conta, da conta alta, que estão pagando por tudo isso.