Democracia ou autoritarismo?
Esta semana a direção estadual do Cidadania dissolveu nada menos que 62 diretórios no Estado do Paraná – entre eles o de Toledo – com base nas avaliações feitas depois da eleição de outubro. Um dos motivos alegados para a decisão foi o baixo desempenho dos dirigentes em consolidar o partido. Além disso, atos de infidelidade partidária também pesaram na balança contra os infiéis.
Para o vice-presidente estadual da sigla, Hélio Wirbiski, o Cidadania não pode ser usado como “balcão de negócios” e pregou respeito à história de um partido que vem sempre procurando aperfeiçoar seus métodos, tanto que é um dos poucos que realiza cursos de preparação aos seus filiados com certa regularidade, sem mencionar em decisões como essa, onde a infidelidade é punida com rigor, assim como desvios de conduta.
Para muitos a decisão foi acertada, enquanto para outros foi arbitrária. Democracia ou autoritarismo?
A decisão do partido é justa à medida que as regras devem ter sido explicadas aos seus respectivos filiados. E a expectativa do partido era alta para essa eleição, mas acabou sendo frustrada justamente porque em cidades consideradas chaves, como era o caso de Toledo, o desempenho acabou sendo muito aquém do esperado.
Oxalá mais legendas agissem dessa forma num país onde, em geral, as legendas partidárias são usadas sim como moeda de troca ou então para a perpetuação de determinadas oligarquias políticas, onde decisões importantes são tomadas quase sempre beneficiando os mesmos.
Não que dentro do Cidadania não haja equívocos. E essa decisão pode até ser mais uma. Entretanto, é inegável haver ação dentro do partido pensando na construção de uma base não apenas mais sólida, mas principalmente mais leal àquilo que vem sendo construído. Daqui por diante, quem desejar se filiar ao partido, certamente estará ciente da necessidade de se manter fiel ao que se estabeleceu como meta. Na iniciativa privada é assim. Metas são estabelecidas e avaliadas com frequência e quando não são atingidas, mudanças acontecem. Por que haveria de ser diferente num partido político?
Não se trata de uma decisão democrática ou autoritária. Trata-se de uma decisão coerente com os preceitos estruturais da legenda. Simples assim.