E viva a democracia!

Esta quarta-feira (24) poderá ser descrita como uma das datas mais democráticas na história de Toledo, isso porque de um lado houve um protesto de setores ligados ao comércio varejista e outros fechados com o Decreto Nº 834/2020; de outro, um documento em defesa do mesmo Decreto chegou ao prefeito Lucio de Marchi assinado pelo Comitê de Resistência e Solidariedade de Toledo, organizado por várias entidades sindicais, populares, estudantis e diferentes movimentos sociais, criado no início da pandemia da Covid-19 com o objetivo canalizar ações de solidariedade às pessoas em situação de vulnerabilidade e, de contribuir no combate à Covid-19 mediante propostas de medidas emergenciais levadas às autoridades públicas de Toledo.

As manifestações – tanto contra como a favor do Decreto – demonstram a encruzilhada na qual se encontra o prefeito Lucio de Marchi e todo corpo técnico que lhe presta assistência, afinal, os números subindo constantemente – de casos e mortes em função da Covid-19 – o impelem a adotar medidas impopulares, porém necessárias para ao menos tentar frear a pressão sobre o sistema público de saúde.

Mas há também a consequente queda na arrecadação dos cofres públicos e a pressão natural de manter os serviços funcionando, mesmo em meio à mais grave crise enfrentada por qualquer gestor público até hoje na história do município.

Importante frisar que os dois movimentos, pró e contra a reabertura do comércio são legítimos e ambos conduzidos de maneira muito responsável por seus respectivos organizadores. São demonstrações só possíveis em regimes democráticos, onde o livre pensamento vem acompanhado da responsabilidade em assumir as próprias atitudes e, neste sentido, tanto um lado quanto o outro deram demonstrações de muita maturidade nesta relação nem sempre bem compreendida em se tratando de Brasil, um país onde este regime ainda é pueril e sofre interferências nem sempre saudáveis ao seu pleno desenvolvimento. Mas em Toledo, ao menos nesta quarta-feira, venceu a liberdade de expressão. E viva a democracia!

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