Dentro de mais alguns dias a seleção brasileira estará em campo para a disputa de mais uma Copa do Mundo, porém, ao contrário da insana manifestação em torno dos homens, dessa vez as comemorações serão bem menos efusivas, afinal, quem estará em campo é a seleção feminina que parte para a competição que será disputada na Austrália e Nova Zelândia.
Num país machista, onde a cultura permissiva em relação os homens é algo enraizado na alma de muita gente ainda, seria demais sonhar com bares lotados, ruas enfeitadas e pessoas desfilando com a camisa verde e amarela, com o peito estufado de orgulho pelo futebol feminino.
Pensar então com uma espécie de feriado nacional para acompanhar os jogos das meninas é algo inimaginável. Em tempos onde o mundo inteiro discute a igualdade, o esporte brasileiro vem tentando passo a passo equilibrar as coisas. Não é fácil, ainda mais num país como o Brasil onde os homens em sua maioria ainda pensam serem os donos das cavernas.
Sem sair do campo esportivo, várias modalidades começaram de uns tempos para cá a dar bons exemplos sobre essa questão da igualdade. Deixaram de lado o discurso e partiram para ações que realmente estabelecem um equilíbrio entre homens e mulheres. No surf a premiação é rigorosamente igual aos dois gêneros. Acontece processo semelhante no tênis, com homens e mulheres disputando lado a lado, inclusive com a criação da categoria de duplas mistas, algo semelhante com a natação e atletismo, onde existem provas de revezamento misto.
O futebol brasileiro vem gradativamente apostando no crescimento da modalidade entre as mulheres. O próprio JORNAL DO OESTE trouxe um bom exemplo desse investimento com o Toledo Esporte Clube/Ouro Verde do Oeste, que hoje tem uma das melhores estruturas de base do futebol feminino nacional.
É preciso que o Brasil avance cada vez mais rumo à igualdade também em campo, mas não apenas nele! E igualdade significa respeito, inclusive às diferenças entre homens e mulheres, fundamentais para a manutenção de um equilíbrio na própria sociedade.
