Ao contrário de outros municípios, onde o desfile oficial do 7 de Setembro foi cancelado, Toledo manteve a programação e, de acordo com a ufanista propaganda oficial do Executivo, será “o maior desfile de todos os tempos”, como se em outros tempos da história ao longo destes 70 anos outros grandes desfiles não tivesse ocorrido. É lugar comum nesta gestão existirem integrantes batendo no próprio peito e se vangloriando como não houvesse um passado de glória numa cidade cheia de gente tão ciente de seus feitos. Parece que Toledo nasceu apenas nesta gestão. Engodo!
Mas essa é outra discussão, pois o foco principal é no cancelamento dos desfiles país afora, numa clara demonstração de insatisfação com os rumos tomados pelo país desde a eleição do ano passado. Evidente que ainda existe, na decisão de muitos prefeitos, o ‘chororô’ da derrota nas urnas. O ‘sapo’ parece ainda não ter sido digerido direito. Somado a isso o próprio Governo Federal corrobora com decisões equivocadas e a retomada de um discurso insustentável em sua própria natureza.
Somente um idiota para acreditar que o novo Programa de Aceleração do Crescimento dará certo da forma como está sendo proposta, ainda mais analisando o passado das gestões do Partido dos Trabalhadores e tantas obras paradas, inacabadas ainda ou então tão superfaturadas que seria possível erguer duas, três vezes o que foi feito pelo valor final pago.
Há ainda no cancelamento um recado sobre a necessidade do corte de gastos públicos, agravada com a queda no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), base da maior fatia da receita da esmagadora maioria dos municípios brasileiros, graças ao sistema político ‘pires na mão’ adotado no Brasil há décadas e que agora parece ter chegado ao ápice. Se bem que, quando se trata de decisões políticas ou jurídicas, o fundo do poço no Brasil parece ser infinito.
O 7 de Setembro deste ano é, literalmente, de independência ou morte! Pena que não se trata apenas de uma frase, mas do cotidiano perigoso pelo qual a sociedade brasileira está passando da pior maneira possível. Se bem que não há nada tão ruim…
