Lições de uma Olimpíada

A edição 2024 da Olimpíada está terminando. Ficarão para sempre eternizadas imagens de atletas vencendo e sendo vencidos. De homens e mulheres superando os limites físicos e emocionais. De pessoas deixando para trás as dores e seguindo adiante por um sonho em representar seu país, ganhar uma medalha, superar marcas ou simplesmente participar da maior – e mais dura –competição esportiva do planeta e da história. Sim, numa Olimpíada estão apenas os melhores em suas respectivas modalidades, portanto, somente o fato de estar numa competição como essa é uma vitória para qualquer um.

Para nós, brasileiros, ficam lições – duras e – importantes de que não existe mais espaço para amadorismo, vaga para o ‘jeitinho’ que quase sempre resolvia tudo ou então para o desleixo no planejamento. Mesmo em modalidades onde os brasileiros reinavam não há mais espaço para desvios de verbas ou apadrinhamentos suspeitos. Não, o esporte de alto rendimento exige profissionalismo em todas as frentes, demanda investimento de longo prazo, capacitação técnica onde ela estiver. Aí sim, resultados aparecem.

Medalhas são outra história.

Modalidades onde o planejamento foi adequado, onde se teve investimento e se está pensando em longo prazo as coisas começam a aparecer. O tênis de mesa é um exemplo, apenas para citar um. Medalhas não vieram – ainda – entretanto, os atletas brasileiros competiram de igual para igual com qualquer outro país porque se teve planejamento, investimento e capacitação de atletas e equipes técnicas. Já em outras, como a natação e até mesmo o atletismo as decepções não são poucas.

As lições de uma Olimpíadas deveriam ser aprendidas também em outras frentes, até porque os resultados nos esportes são o reflexo daquilo que o brasileiro é no cotidiano. Um país onde o respeito às regras é desdenhado e onde se falar em planejamento de longo prazo soa quase como uma ofensa. Mencionar seriedade no gerenciamento de verbas uma heresia.

A seriedade com que o mundo lida com o esporte de alto rendimento é apenas uma prova dos motivos pelos quais o Brasil ainda é – e será durante muito tempo – considerado um país de ‘terceiro mundo’, mesmo em desenvolvimento. Não, as vitórias no esporte não acontecem por acaso, assim como também não se constrói uma nação de verdade apenas em cima de discursos. É preciso talento e esforço. Muito esforço.

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