Mudanças extremas

A partir desta sexta-feira, se não houver nenhuma alteração, o Oeste do Paraná deverá ter uma queda acentuada nas temperaturas, com aproximadamente 3ºC previstos para este sábado. Além disso, a chuva também deverá se fazer presente. Mas será por apenas poucos dias, pois, embora as temperaturas sigam amenas, as chuvas serão raras e uma vez mais abaixo da média, tornando o exercício de respirar cada vez mais difícil. Como mostrou também o JORNAL DO OESTE em sua edição desta quinta-feira, existe um forte risco de queimadas, como aponta o Corpo de Bombeiros.

Fruto das mudanças climáticas, um fenômeno cada vez mais evidente e preocupante em nosso planeta, que como se tem percebido fogem apenas dos debates ambientais e adentram o âmbito da saúde pública.

A alteração dos padrões climáticos, caracterizada por eventos extremos como ondas de calor, secas prolongadas, inundações e tempestades, exerce um impacto significativo sobre a saúde humana, desencadeando uma série de problemas que vão desde doenças infecciosas até distúrbios mentais.

As mudanças nos padrões de precipitação também têm implicações importantes para a saúde humana. Secas prolongadas podem levar à escassez de água potável e à produção insuficiente de alimentos, aumentando o risco de desnutrição e doenças transmitidas por alimentos e água contaminada. Por outro lado, inundações podem causar danos a infraestruturas sanitárias e disseminar doenças infecciosas, como a leptospirose e a dengue.

No Paraná a expectativa é de uma quebra em torno de 9% na produtividade do milho safrinha, justamente pela falta de água em períodos importantes para o desenvolvimento das plantações.

Outro impacto significativo das mudanças climáticas é a alteração na distribuição geográfica de vetores de doenças. O aumento da temperatura e da umidade em determinadas regiões pode favorecer a proliferação de mosquitos transmissores de doenças como a malária, a dengue e a zika, expandindo a área de risco dessas enfermidades. Além disso, as mudanças climáticas podem afetar a distribuição de outros vetores, como carrapatos e roedores, aumentando o risco de transmissão de doenças como a febre maculosa e a hantavirose.

As mudanças climáticas representam um dos maiores desafios para a saúde pública do século XXI. A compreensão dos impactos dessas mudanças e a adoção de medidas eficazes para mitigação e adaptação são essenciais para proteger a saúde das populações atuais e futuras. Mas para isso é preciso um esforço coletivo, com um debate franco e honesto sobre como fazer. O que é preciso fazer todo mundo sabe.

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