Não ao racismo!
O Brasil inteiro se levantou para dar apoio ao jogador Vinícius Junior, vítima de racismo constante por onde passa na Espanha, culminando no último domingo, quando um estádio inteiro o chamou de ‘mono’, macaco em espanhol. Até o governo federal decidiu entrar no jogo e ameaçou adaptar leis nacionais para processar entidades espanholas caso algo não seja feito. Muito mais retórica que algo efetivamente prático, afinal, ninguém em sã consciência pode acreditar numa bravata como essa. Mas, OK, é uma mensagem de que o país não aceita mais esse tipo de comportamento contra suas grandes estrelas internacionais.
Mas isso lá fora, porque no âmbito interno o racismo não apenas segue acontecendo todos os dias, como vem se intensificando nos últimos tempos. Quantos ‘Vinicius Junior’ não andam por aí sendo chamados de macacos ou de outras expressões igualmente discriminatórias? Quantos anônimos são xingados, humilhados e até agredidos, como aconteceu há alguns dias no Rio de Janeiro quando uma ex-jogadora de vôlei agrediu um catador de recicláveis em plena luz do dia porque ele estava atrapalhando o passeio de um cachorro.
Cobra-se por parte das autoridades espanholas uma atitude em relação aos ataques contra Vinicius Junior, entretanto, o que fizeram estas mesmas autoridades quando das ofensas contra o ex-goleiro Aranha quando defendia a Ponte Preta num jogo contra o Grêmio? O que mudou nos campeonatos organizados pela CBF? Nada! Ofensas raciais seguem acontecendo, assim como outras formas de agressão sem absolutamente nada ser feito contra seus principais apoiadores: os próprios clubes, até porque o racismo é uma praga enraizada não apenas na cultura brasileira, mas em quase todos os povos mundo afora.
É importantíssimo defender Vinicius Junior, assim como também é importante defender Aranha ou quaisquer outros jogadores, como Celsinho, ex-Londrina, igualmente chamado de macaco numa partida da Série B do Campeonato Brasileiro. E poderiam ser citados tantos outros casos que faltaria espaço. E isso apenas no mundo particular do futebol, porque o racismo está diariamente ao alcance dos olhos de quem quer enxergar. Para quem não quer…