Não tem almoço de graça
O ditado acima é bastante válido para quem ainda acredita em benefícios sociais fartos, à bancarrota. Talvez, pela época, seja de esperar o Papai Noel chegando carregado de bolsas disso, subsídios daquilo, facilidades e bonificações acima da média quando se trata do serviço público, blá, blá, blá. Fato é que, Papai Noel não existe – a não ser no imaginário – assim como também não governos bonzinhos. Dá-se com uma mão, de algum lugar a outra vai tomar. Simples assim!
Neste sentido o Governo do Estado prepara um pacote para aumentar a alíquota do ICMS no Paraná. O aumento proposto se baseia numa possível perda de arrecadação em virtude da reforma tributária em discussão e aprovação no Congresso Nacional. Neste sentido, algumas entidades, entre elas a Associação Comercial e Empresarial de Toledo (Acit), estão se mobilizando a fim de sensibilizar os deputados estaduais a votarem contra este aumento.
O argumento dessas entidades é bastante sólido: ao aumentar impostos ao invés de reduzir gastos, o Governo eleva os riscos de o Estado perder ainda mais atratividade para novos investimentos. Além disso, a medida, se aprovada, mais uma vez pune a sociedade que produz: ao aumentar a carga tributária das empresas o governo inibe o investimento e a geração de empregos, afetando diretamente o poder de compra dos cidadãos e trabalhadores. É bastante óbvio que outro reflexo dessa medida será o aumento dos preços dos produtos.
Na prática, nobre leitor, sabe o que acontecerá? O aumento vai acontecer, assim como também em nível nacional, pois não existe a menor vontade política – em nenhuma esfera – de reduzir impostos, de tornar a máquina pública mais eficiente, em reduzir custos. A mobilização é válida, porém, por si só será inócua diante da passividade de quem é mais prejudicado: o cidadão comum.
Passividade que se compreende pela absoluta falta de percepção de uma realidade que a cada novo ano se torna pior, mais dependente da vontade, não do estado, mas de estadistas no pior sentido da palavra. Governantes que se preocupam em geral apenas com as próprias vontades. Poderosos que se encastelam cada dia mais, escondidos atrás de discursos convincentes, mas que estão sendo difíceis de serem sustentados porque o dinheiro está ficando cada vez mais curto e os impostos mais largos. Resta saber até quando essa corda aguentará ser puxada antes de arrebentar de vez.