O ex-governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta quarta-feira (19) que formalizou sua desfiliação do PSDB, após 22 anos no partido. Em nota e publicação nas redes sociais, ele disse ter “cumprido sua missão” na política. “Encerro minha trajetória partidária de cabeça erguida”, declarou. ” Com minha missão cumprida, deixo meu agradecimento e o firme desejo de que o PSDB tenha um olhar atento ao seu grandioso passado em busca de inspiração para o futuro”. Doria deixa o ninho tucano que parece sem controle no momento, fruto de decisões equivocadas de suas principais lideranças, algumas inclusive apoiando ideias e ideais combatidos com veemência no passado e que serviram para catapultar o PSDB como um dos grandes partidos do Brasil. Hoje não passa de um remendo sem fim.
Não é apenas em São Paulo que a situação tucana é ruim. No Paraná o partido conseguiu eleger apenas um deputado federal e ainda assim pela formação da Federação junto ao Cidadania, que emplacou três deputados estaduais. E olha que o ex-governador Beto Richa não apenas decepcionou nas urnas, como só conseguiu a eleição pela cassação de Jocelito Canto na Justiça Eleitoral, prova de que o ninho tucano hoje precisa de uma completa reconstrução.
No nível regional é a mesma coisa. Na área de abrangência da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (Amop), apenas três prefeitos são do partido: Odair Guerreiro Oliveira (Braganey), Milena Silva Rosa (Francisco Alves) e Karla Franciele Galende (Santa Terezinha de Itaipu). Em Toledo, então, a desestruturação é tamanha que o partido trocou de comando várias vezes sem acertar o rumo desde que Léo Inácio Anschau deixou o comando. Os tucanos, que tiveram vice-prefeito e vereadores com extrema influência nas decisões políticas na cidade, hoje sobrevivem nas sombras.
A melhor saída hoje para o PSDB seria discutir uma fusão com o próprio Cidadania, a exemplo do que fez o Democratas ao criar o União Brasil, deixando de lado o limbo para se tornar – de novo – um agente capaz de atrair os holofotes para si.
