No fio da navalha
Pelos números apresentados pela direção da Hoesp, mantenedora do Hospital Bom Jesus, mais uma vez se fechou um ano de forma positiva. Mas é preciso cuidado porque essa ‘forma positiva’ é muito tênue diante do passivo herdado pela gestão ao longo dos anos e que vem sendo gradativamente reduzido, graças à gestão profissional com a qual a Hoesp vem cuidando do hospital, à dedicação de toda a equipe, além do apoio fundamental da classe política e, claro, da comunidade de Toledo e região que compreendeu a importância de se manter o Bom Jesus funcionando dentro daquilo que for o melhor.
Importante salientar que a direção, apesar dos números positivos, segui sobre o fio da navalha e qualquer descuido pode ser fatal para se perder o equilíbrio que tem se visto de uns tempos para cá. Apesar de desafiador, o Hospital Bom Jesus conseguiu avançar muito em termos de equipamentos e de projetos que o tornam ainda mais referência dentro do atendimento em algumas especialidades, como na neurologia, obstetrícia e, claro, a UTI Neonatal, o ‘xodó’ de muitas pessoas da sociedade pelo trabalho fantástico que ali é realizado e por sua importância dentro do cenário estadual até.
Agora surge o próximo, e talvez mais decisivo, desafio para essa gestão: a construção da nova sede num terreno localizado ao lado do campus da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Decisivo porque a nova sede representará não apenas uma simples troca de endereço, pois será possível ampliar – e muito – a quantidade de leitos e serviços oferecidos, como por exemplo a UTI Pediátrica, hoje inexistente. O aumento de leitos e serviços também significará a possibilidade de mais recursos para a unidade, isso sem mencionar a qualidade de toda a estrutura, hoje deficitária em muitos pontos pela absoluta falta do que fazer, haja vista a deterioração natural de se estar num prédio tão antigo quanto onde hoje funciona o Hospital Bom Jesus.
Estar no fio da navalha nem sempre é ruim, pois força quem está à frente estar atento a oportunidades e isso a Hoesp tem sabido gerenciar da melhor forma. Não fosse assim, certamente essa unidade hospitalar não estaria operando nessa condições e já teria fechado as portas há muito tempo. Mas não fechou e segue dando sinais de que, com o apoio que vem sendo dado, continuará prestando um atendimento em saúde pública com qualidade.