No que acreditar?
Nos últimos meses, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu mais de 21 mil denúncias de Fake News sobre as eleições nas redes sociais. O levantamento da Corte foi realizada desde o final de junho até a última sexta-feira, 7 de outubro de 2022. No que acreditar então? Às vésperas de um segundo turno da eleição presidencial, onde mais se discutem caráter e declarações ao invés de propostas, o eleitor ainda por cima é bombardeado por uma enxurrada de notícias criadas com o único objetivo de desestruturar ainda mais o já combalido cenário atual.
Não à toa o número de abstenções no primeiro turno das eleições deste ano tenha sido tão elevado, um dos maiores em todos os tempos considerando o atual modelo de votação. A esta altura fica realmente difícil ao eleitor acreditar em alguma coisa ou em alguém, afinal, ao ligar a televisão, ouvir o rádio, assistir ao seu programa predileto de TV ou então zapear sem compromisso pelas redes sociais ou nos grupos de WhatsApp só enxerga agressões, discussões, ignorância na mais pura essência.
A esta altura também seria o caso da imprensa tradicional assumir um papel de maior relevância diante deste cenário de tantas incertezas, entretanto, esta também se perdeu em meio ao turbilhão de ataques sofridos nos últimos anos, como fosse a imprensa a grande culpada pela carência absurda de líderes capazes de produzir algo além da disputa verborrágica na qual se transformou a eleição presidencial deste ano no Brasil e que refletiu diretamente na ausência do eleitorado no momento mais importante de qualquer democracia.
Não há muito mais o que fazer além de tentar verificar a informação recebida, checar sua veracidade e fonte e, claro, não ficar repassando adiante boatos sem o menor cabimento, até porque notícias são fatos comprovados e não essa onda de desinformação criada por todos os lados. Não resta muito no que acreditar, apenas que este período tão turbulento passe depressa e este número impressionante de Fake News seja reduzido ao máximo, evitando desequilibrar ainda mais um país trôpego e mambembe.