Novidade?

Há uma semana exatamente, o JORNAL DO OESTE dedicava este mesmo espaço para destacar a assinatura de contrato entre a gestão da Prefeitura de Toledo e o Governo do Paraná para o repasse, através da Secretaria de Estado da Saúde, de aproximadamente R$ 909 mil por mês para o pagamento de serviços prestados pelo Hospital Regional, hoje gerenciada pelo Instituto IDEAS, vencedor do processo de licitação.

Naquele texto este jornal destacava que “desde sua criação, o HRT tem sido alvo de controvérsias”. Parecia uma profecia que se concretizou nesta segunda-feira (22), quando veio a público o resultado de uma investigação feita pela Polícia Federal sobre todas as etapas da construção do Hospital Regional. O resultado foi a comprovação de superfaturamento. A denúncia envolve não apenas o prefeito Beto Lunitti, mas outras pessoas ligadas à empresa que venceu a licitação à época, antigos ocupantes de cargos de confiança na primeira gestão do prefeito Beto Lunitti e servidores públicos.

“A situação do Regional é apenas mais um triste exemplo da fragilidade do sistema de saúde pública brasileiro, que enfrenta desafios como a falta de recursos, má gestão e ineficiência. É necessário um debate amplo e transparente sobre o futuro do hospital, que leve em consideração a necessidade de garantir atendimento de qualidade à população, de forma sustentável e com responsabilidade fiscal” foi parte do texto escrito na semana passada. Outra vez uma espécie de profecia.

Para quem acompanha a história desta unidade desde o princípio sem os olhos marejados pela emoção ou pela conveniência de estar ou não no poder, sabe que o resultado do inquérito da Polícia Federal não é nenhuma novidade, afinal, foram tantas irregularidades apontadas pela imprensa que o trabalho da PF foi apenas referendar documentos, laudos, perícias, fotos, manchetes e páginas de jornais.

Novidade será se houver algum desdobramento. Em redes sociais e grupos de Whatsapp o prefeito Beto Lunitti tentou desmerecer a denúncia feita, justiça seja feita pelo jornal A Gazeta de Toledo. Não importa quando a investigação ou a obra começou. O que realmente importa é apurar quem são os verdadeiros culpados pelo dinheiro público jogado pelo ralo e que estes, sejam quem for, sejam punidos de acordo com o tamanho da culpa.

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