O abandono das estradas
Mais uma vez o Estado do Paraná fecha uma semana com parte de rodovias importantes interditadas. Mais uma vez a BR-277, entre Curitiba e Paranaguá, teve parte do trânsito bloqueado até que obras sejam feitas para conter um novo deslizamento sob o asfalto que desde novembro de 2020 segue sem a tarifa do pedágio para atender as demandas de manutenção de trechos importantes, ainda mais quando se aproxima o pico do escoamento da safra paranaense.
Mas não é apenas entre Curitiba e Paranaguá que a 277 apresenta sinais de fragilidade. Entre Curitiba e Foz do Iguaçu, por exemplo, são muitos os trechos onde há sinais de rachaduras e buracos na pista, sem mencionar a fragilidade na sinalização, na fiscalização e o aumento absurdo de acidentes – muitos deles fatais – numa das rodovias mais movimentadas de todo o estado.
E assim acontece também em outros trechos onde o pedágio foi desativado sem haver a previsão de quem – e como – faria a manutenção de estradas cujo planejamento é para lá de ultrapassado.
Os tempos mudaram, os veículos não apenas mudaram para melhor em termos de tecnologia: ficaram mais potentes e maiores. Isso exige mudanças, adaptações, investimentos em mudanças capazes de oferecer uma viagem minimamente segura e confortável para quem utiliza as estradas do Paraná. Não é o caso, porque viajar hoje no estado é uma aventura. Um risco à integridade física e mental diante do estresse causado por estar sempre de olho para tentar enxergar o próximo buraco ou quando parte do asfalto vai ceder à sua frente. Sim, a chuva em excesso contribui, porém, é a falta de manutenção o maior problema das estradas que cortam o Paraná.
Outro bom exemplo dessa abandono é a BR-163 em dois trechos: o primeiro entre Toledo e Marechal Cândido Rondon onde restam apenas 4 quilômetros para concluir a duplicação que se arrasta por ano; na mesma 163, em direção do Sudoeste, não existe um prego para recolocar uma placa que caia, tamanho o descaso com uma obra que já era para ter sido concluída em 2014 e até hoje se arrasta pelos corredores intermináveis da corrupção e do descaso da administração pública para com o cidadão.