O Brasil, brasileiro…
A direção do INSS prometeu aumentar a capacidade de atendimento da Central 135 em pelo menos 30% para suprir a demanda com o fechamento de muitas agências país afora – incluindo a de Toledo – por causa da pandemia provocada pelo novo coronavírus. A pergunta, muito simples até, é: será suficiente? A resposta, igualmente simples, é: não!
E não é que falte vontade à direção do INSS ou até da maioria do servidores que atuam no serviço. Não porque o Brasil ainda precisa avançar séculos – e depressa – para implantar um serviço público de qualidade e capaz de atender ao cidadão na velocidade que este necessita e da maneira adequada. É o bom e velho Brasil, brasileiro que vira e mexe se apresenta em sua faceta mais sórdida, como agora, quando tantas pessoas precisam de auxílio e não encontram porque as agências estão fechadas e o serviço oferecido pelo 135 é demorado, lento e tão ou mais burocrático que o presencial.
Sim, o Brasil não serve de exemplo para quase nada, ainda mais quando se trata da absoluta falta de cidadania de sua gente que também contribui para tanta burocracia. Mas é passada a hora da administração pública avançar em alguns pontos, em especial no atendimento não presencial, até porque o custo operacional é imensamente maior quando é necessário contratar muita gente, entretanto, não adianta apenas não contratar e dizer que oferece um serviço quando, na prática, o que acontece é um misto de incompetência, má gestão, ineficiência e um corporativismo do serviço público anacrônico.
As falhas do 135 são conhecidas por quem depende do serviço. É preciso uma dose de sorte e boa vontade para conseguir ser atendido de maneira satisfatória. Até mesmo advogados especializados no setor previdenciário reclamam do atendimento, que é lento e falho na esmagadora maioria das vezes.
Aumentas em 30% o atendimento é bom, sem dúvida, mas incipiente diante de tantas outras mudanças necessárias para torná-lo efetivamente satisfatório a quem mais depende. Quando isso acontecer, quem sabe não seja possível até mesmo começar a se pensar em reduzir o tamanho do Estado – em todas suas esferas – e não mais ser necessário dispender ‘zilhões’ de reais todos os meses para manter algo que, em geral, não atende sua própria sociedade.